Bolsonaro e o uso dos militares nas Olimpíadas
Presidente deve buscar colar novamente as Forças Armadas para enaltecer governo
Enquanto a CPI da Covid está pausada por causa do recesso do Legislativo, o presidente Jair Bolsonaro quer aproveitar o período para ligar seu governo a boas noticias e tentar resgatar alguma popularidade.
Ele está de olho no desempenho dos atletas militares que estão em Tóquio para disputar a Olimpíada que começaram nesta sexta, 23. Neste ano, dos 302 atletas classificados, 91 são das Forças Armadas.
Para Bolsonaro, cada medalha conquistada será uma oportunidade de enaltecer o governo, já que esses atletas fazem parte de um programa do Ministério da Defesa (MD) chamado Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (PAAR). Segundo dados da pasta, o MD investe aproximadamente R$ 38,3 milhões por ano no PAAR.
Embora a participação em Tóquio seja expressiva, ela é menor do que a registrada em 2016, nas Olimpíadas do Rio, quando foram classificados 145 militares responsáveis por 68% das premiações do Brasil.
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No grupo que está em Tóquio, há grandes promessas de medalha como o ginasta Arthur Nory, Sargento da Aeronáutica que ganhou bronze em 2016, e o jogador de vôlei de praia Bruno Schmidt, Sargento da Marinha que conquistou o ouro nas Olimpíadas do Rio.
O mérito das medalhas que virão é todo dos atletas que estão disputando as Olimpíadas, mas Bolsonaro não perderá a chance de colar mais uma vez nas Forças Armadas para tentar fortalecer seu desgastado governo.
Mesmo sem o prestígio que já tiveram há alguns anos, os militares ainda são considerados um trunfo para essa gestão e devem ser usados mais uma vez como se fossem uma instituição de governo e não de Estado.