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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Sai Sergio Moro, entra Roberto Jefferson

Demissão do ministro símbolo da Lava-Jato pode se dar na mesma semana em que Bolsonaro negocia com caciques do Centrão envolvidos em escândalos de corrupção

Por Da Redação Atualizado em 24 abr 2020, 12h05 - Publicado em 24 abr 2020, 12h05

Jair Bolsonaro decidiu trocar de amigos. E não é uma troca qualquer: saem os mocinhos do entorno do presidente, entram os vilões. Os mocinhos são o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e seu fiel escudeiro, o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, dois expoentes da Lava-Jato, a maior e mais barulhenta operação contra a corrupção já tocada no país.

Os vilões são velhos conhecidos da política brasileira e quase todos estiveram do lado errado das operações anticorrupção: os caciques do Centrão, o bloco político majoritário da Câmara que Bolsonaro tenta atrair para o seu governo.

O mais icônico deles é o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), condenado e preso no escândalo do Mensalão e que foi ressuscitado pelo bolsonarismo nas redes sociais após iniciar uma pregação intensa sobre um suposto golpe que estaria em andamento para derrubar Bolsonaro.

O presidente gostou tanto que até publicou post nas redes sociais com foto sua acompanhando a live no YouTube na qual Jefferson explanava a sua teoria. Não demorou para começar a circular rumores de que Jefferson estaria interessado na recriação do Ministério do Trabalho, pasta que o seu PTB comandou por anos. O ex-deputado negou, mas convém desconfiar de um político que apoiou e participou dos governos Collor, FHC, Lula e Temer.

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Mas mesmo que isso não ocorra, Jefferson pode se tornar um novo amigo do governo por via indireta, com a aproximação do presidente e do Centrão, bloco parlamentar do qual o PTB faz parte.

Nesta semana, o presidente recebeu e gravou um vídeo amistoso com o deputado federal Arhur Lira (PP-AL), um dos líderes do Centrão, candidato a desbancar Rodrigo Maia (DEM-RJ) da presidência da Câmara e negociador de aliança do bloco com o governo. Seria estranho ele conviver com Moro, já que é réu na Lava-Jato acusado de integrar um esquema de pagamento de propina a políticos com dinheiro desviado da Petrobras.

O presidente Jair Bolsonaro e um dos líderes do Centrão, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), durante gravação de vídeo (//Divulgação)

Bolsonaro também vem negociando com Marcos Pereira (Republicanos-SP), presidente do partido e responsável pelo acordo que levou para a legenda os filhos do presidente Flávio e Carlos Bolsonaro, além da mãe deles, Rogéria Bolsonaro. Bispo da Igreja Universal, Pereira é investigado pela Lava Jato sob a suspeita de ter recebido propina dos grupos Odebrecht e JBS – neste último caso, há até áudio dele pedindo dinheiro ao empresário Joesley Batista.

Também negocia para se tornar companheiro de Bolsonaro o ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto (PL), condenado e preso após ter sido um dos personagens centrais do escândalo do Mensalão. Ele teria recebido a promessa de controlar o Banco do Nordeste caso seu partido passe a integrar a base do governo.

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A troca de amizades é arriscada para o presidente. Além de ter sido eleito com a plataforma de combate à corrupção, boa parte do seu eleitorado também é entusiasta de Moro, tanto que ele é apontado como o melhor ministro do governo e, em alguns levantamentos, tem avaliação positiva melhor que a do chefe.

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