Presidente por dez horas, Cármen Lúcia discutirá documento para eslovacos
Com viagem de Temer ao Paraguai, chefe do Judiciário tem encontro com embaixador do leste europeu na agenda oficial
Pela segunda vez neste ano, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, vai assumir a Presidência da República. Quarta pessoa na linha sucessória, a ministra assume às 10h da manhã, em virtude da viagem do presidente Michel Temer (MDB) para a Cúpula do Mercosul, em Assunção, no Paraguai.
Temer viajou por volta das 7h30, pelo horário de Brasília, mas a agenda oficial de Cármen só prevê que ela chegue ao Palácio do Planalto cerca de três horas depois. Ao longo do dia, a ministra marcou quatro compromissos como presidente da República. O primeiro deles será às 11h, o único pela manhã: uma audiência com o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), o desembargador Ricardo Ferreira Nunes, do Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA), e o advogado Ophir Cavalcante Júnior, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
À tarde, Cármen Lúcia se reúne com o embaixador do Brasil na União Europeia, João Cravinho, às 14h30 e com o embaixador da Eslováquia, Milan Cigan, às 15h. Ela encerra o dia em reunião com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e a advogada-geral da União, Grace Mendonça. A volta de Temer ao país e ao cargo está prevista para as 19h30. Dos quatro compromissos, o único em que foi especificado um tema a ser tratado é com Cigan. Na agenda da ministra consta que ela discutirá com o embaixador “legalização de documentos eslovacos”.
Pela legislação eleitoral, candidatos ao Legislativo não podem ocupar funções no Executivo nos seis meses que antecedem a eleição. Por isso, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), também se ausentaram do país para não assumir o cargo. Oficialmente, ambos têm agendas políticas, com parlamentares locais, nos países que visitarão: Maia está em Portugal e Eunício, na Argentina.
Fato curioso é que Eunício é pré-candidato à reeleição no Senado, enquanto Maia, ao menos oficialmente, insiste que será candidato ao Planalto pelo DEM. Se estivesse tão certo de que vai disputar a Presidência e não a reeleição para a Câmara, o que é cogitado nos bastidores, ele não teria por que não substituir Temer.