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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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A tragicomédia da ética no país da avacalhação

Veja o resumão em 15 notas

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h58 - Publicado em 1 dez 2015, 21h04

trio dilma rui cunha

1) Governo informou que Dilma não foi ao Vietnã e ao Japão após fim de semana em Paris para fazer economia. O fato: Dilma ficou em um dos hotéis mais caros de Paris, com suíte de R$ 70 mil por dia, e depois voltou ao Brasil para salvar seu mandato. Mas o escárnio continua vencendo o cinismo.

2) Ao chegar de Paris, Dilma reuniu líderes da base aliada para fazer um apelo pela aprovação do projeto que altera a meta fiscal de 2015. Sem essa mudança, a petista poderá ser enquadrada no crime de responsabilidade fiscal, o que legitimaria ainda mais o impeachment.

É isto que o governo chama de “fazer economia”.

3) PIB caiu 1,7% no terceiro trimestre, consumo das famílias encolheu 1,5%, investimentos despencaram 4%, mas, segundo a coluna Radar, de VEJA, os gastos da máquina pública subiram 0,3%.

É isto, repito, que o governo chama de “fazer economia”.

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4) Antes dos votos dos petistas, o Conselho de Ética da Câmara remarcou para quarta-feira, às 14h230, a votação sobre a continuidade do processo de cassação de Eduardo Cunha, que perdia por 7 a 1 quando a sessão foi interrompida graças às manobras feitas pelos aliados de Cunha durante toda a tarde para atrasá-la. Depois de mais essa avacalhação, é melhor o Conselho mudar de nome de uma vez.

deputado Wellington Roberto PR PB

Deputado Wellington Roberto (PR-PB) deu o único voto do dia a favor de Cunha

5) PT passou 2015 demonizando Eduardo Cunha. Agora terá desgaste imensurável se salvá-lo para barrar impeachment. Feitiço contra o feiticeiro.

6) Rui Falcão, presidente do PT, no Twitter: “Confio em que nossos deputados, no Conselho de Ética, votem pela admissibilidade” do processo de cassação de Cunha. Trinta e um deputados petistas divulgaram abaixo-assinado pedindo o mesmo.

O PT repete a pose de defensor da ética que o alçou ao poder, deixando para o seu próprio governo moribundo e os três deputados do Conselho o desgaste com a eventual absolvição de Cunha – pela qual os líderes do partido podem ou não torcer ou até articular secretamente (nesta hipótese, fazendo jogo duplo).

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De qualquer modo, o PT mais uma vez tenta proteger a sua imagem contra a ação de seus próprios integrantes: a ação já feita por Jaques Wagner e Ricardo Berzoini de tentar convencer os deputados a votar a favor de Cunha; e a eventual ação dos deputados, caso atendam ao apelo do Planalto.

A orientação de Falcão poderia ser lida como uma decisão de sacrificar Dilma para salvar Lula, embora a queda de Cunha também possa trazer problemas ao Brahma, com quem o presidente da Câmara tinha um pacto de proteção mútua. Saída sem danos, felizmente, não há.

7) Valor: “Se houver impeachment e Michel Temer assumir a Presidência da República, o compromisso do vice é cumprir o restante do mandato de Dilma Rousseff e não disputar a reeleição em 2018. Pode até concorrer ao governo de São Paulo, num acordo com o PSDB.”

Ou seja: tudo pronto para o impeachment. Só falta Cunha – e o problema é justamente este.

8) Estadão: Interlocutores próximos de Dilma “já começam a avaliar que, neste momento, seria melhor enfrentar, de uma vez, o processo de impeachment”. Na opinião deles, Cunha “vai continuar usando esta arma como forma de chantagem”.

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“Esta ameaça constante está incomodando muito o governo. Não há unanimidade, no entanto, de que votar logo o afastamento ou não da presidente seja o melhor caminho. Todos concordam, porém, que é preciso afastar este fantasma da crise política, deixando o governo se concentrar nos problemas econômicos.”

A única forma de afastar o fantasma da crise política é afastando Dilma Rousseff.

“Interlocutores” no governo e no PT já começaram a entender essa obviedade.

9) Estadão: Outra preocupação do Planalto “é com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que tem se queixado de abandono por parte do governo e do PT. O temor é que ele decida fazer um acordo de delação premiada e possa prejudicar a presidente Dilma, principalmente por conta das discussões em torno da compra da refinaria de Pasadena”.

Nunca é demais repetir: quem deve teme.

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10) Reconduzir Aroldo Cedraz, investigado na Lava Jato, à presidência do TCU, da qual depende a análise das provas compartilhadas pela operação, é avalizar a raposa no galinheiro. O tribunal cumpriu papel fundamental neste ano com a reprovação das contas do governo e não pode se deixar desmoralizar como o Conselho de Ética.

11) STF autorizou inquérito contra Renan Calheiros e Delcídio do Amaral. Está chegando a hora de matar saudade do comparsa.

12) Com a decisão de Teori Zavascki, Renan Calheiros passa a responder a 5(!) inquéritos no Supremo. Delcídio, investigado em 2, é fichinha perto dele.

13) Fernando ‘Baiano’ Soares, relembro, disse que atuou em “repasses pontuais” de dinheiro sujo a Renan, sempre por meio de Jorge Luz.

Paulo Roberto Costa disse que Renan recebia dinheiro de empreiteiras contratadas pela Petrobras, realizava as negociatas em sua própria casa e recolhia propina da Transpetro, subsidiária da estatal então controlada por Sergio Machado, seu aliado.

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Delcídio ainda não disse nada, mas Renan e José Sarney telefonaram para Maika, a mulher do senador petista preso.

É importante manter a amizade nessas horas, sabe?

14) STF rejeitou a queixa-crime apresentada por Lula contra Ronaldo Caiado (DEM-GO). Depois que Lula ameaçou convocar o “exército de Stédile” contra os manifestantes, o senador escreveu no Twitter que “Lula tem postura de bandido frouxo” e que “Lula e sua turma foram pegos roubando a Petrobras”.

Por 3 votos (Edson Fachin, Luiz Fux e Rosa Weber) a 1 (Marco Aurélio Mello), o tribunal considerou que as críticas de Caiado, embora duras, têm cunho político e estão abarcadas na imunidade parlamentar. Mais uma derrota de Lula.

15) Estadão noticia o que este blog antecipou: “Suíça contradiz Romário e diz que não investigou falsificação de extrato“. Nas redes sociais, ele já mudou de assunto faz tempo.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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