Liberal de araque
Intervencionismo vai custar a Bolsonaro em 22 apoio que foi essencial em 2018
O presidente Jair Bolsonaro transita numa seara altamente arriscada para seus planos de se reeleger em 2022 quando, no afã de mostrar que manda e desmanda, mostra sua face intervencionista sem retoques. Agora na demissão do presidente da Petrobras, mas também em diversos episódios anteriores em que demonstrou não compreender que determinadas empresas e instituições não são equivalentes a ministérios onde o chefe da nação tem a prerrogativa da ingerência total.
Bolsonaro desmoraliza o ministro da Economia, Paulo Guedes, desmonta as crenças em suas intenções liberais e, sobretudo, afasta de si um setor da sociedade que foi essencial na eleição de 2018. Tanto que já em agosto daquele ano o então candidato antecipou a indicação de Guedes com o intuito de conquistar a confiança do mundo do dinheiro.
Suas atitudes no governo o levam justamente no sentido contrário: mais que desconfiança, o presidente semeia nesse setor a certeza de que a promessa de “mais Brasil e menos Brasília” era só uma promessa vã de campanha.
Em 2022, a julgar pelos movimentos ao centro do espectro político, onde viceja o liberalismo real, não faltarão candidatos a inspirar nos pesos pesados do chamado mercado a ideia de que há outros portos muito mais seguros que o de Bolsonaro 2.0.