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O último argentino

Choripán, o sanduíche mais popular entre nossos vizinhos de continente, espalha-se no Brasil

Por J.A. Dias Lopes Atualizado em 30 jul 2020, 20h40 - Publicado em 28 nov 2017, 16h07

Quase sem percebermos, vamos adotando gostos argentinos às refeições. São difundidos em nosso país geralmente por São Paulo. Primeiro, foi a empanada recheada com carne, presunto, queijo, cebola, milho verde, roquefort ou frango. Chegou à capital paulista na década de 1980, preparada por argentinos bons de cozinha como Hugo Ibarzábal, que abriu o Martín Fierro no bairro da Vila Madalena. Depois, vieram os cortes bovinos: os bifes de chorizo e ancho, hoje grelhados nas churrascarias de todo o Brasil.

Também aprendemos com os argentinos a gostar do asado (eles grafam com um s) de tira e da molleja, a glândula do timo. Sem falar que nos ensinaram a usar a parrilla de lenha ou de carvão e a grelha de canaleta, que baniu o espeto gaúcho, agora circunscrito ao preparo de cortes como o medalhão de picanha e a fraldinha ou vazio. E, como bebida às refeições, dê-lhe que te dê-lhe vinho tinto Malbec!  Finalmente, foi a vez do alfajor, o docinho dos biscoitos empilhados e recheados, tão apreciado na Argentina, vendido desde 2006 na lojas e quiosques de shoppings da Havanna.

O choripán é um sanduiche fácil de preparar, rápido de comer, relativamente barato, nutritivo e gostoso. Leva chorizo fresco condimentado com noz-moscada, erva-doce, pimentão, cravo e canela. Às vezes, na sua elaboração, incorpora um pouco de vinho ou de vinagre, a fim de acentuar sabor e maciez. O chorizo grelha nas brasas antes de ser acrescentado ao sanduiche, adquirindo um apetitoso tom vermelho escuro.

Em São Paulo, encontra-se choripán no Madero Steak House, por exemplo, a maior cadeia nacional de casual dining, categoria de restaurante situada na faixa intermediária entre a lanchonete ou fast-food, especializada em cheeseburguer. São sete endereços na cidade, que vão da Rua Bandeira Paulista aos shoppings Eldorado e Vila Olímpia. Na verdade, o Madero já o prepara em todos os seus 106 restaurantes abertos em 53 cidades brasileiras. Lugares especializados em comida argentina, como o paulistano El Punto Gringo, ao lado do Largo do Arouche, oferece-o à clientela com orgulho cívico.

O nome choripán deriva de chorizo – pequena linguiça campeira, habitualmente fresca, com 70% de carne bovina e 30% de porco – e da palavra pão. Surgiu em meados do século XIX na região do Rio da Prata, onde se encontra Buenos Aires. Mas surgiu no campo e só depois migrou para as cidades. Os gaúchos argentinos até hoje começam seus churrascos com chorizo e pão. A seguir, comem os asados, ou seja, as diferentes carnes. Nas cidades, o choripán se tornou a mais importante comida de rua.

Em Buenos Aires, há vários bastante concorridos. São preparados, por exemplo, pelo El Cocacolero, na Costanera Norte, em frente ao Aeroparque; pelo El Puestito del Tío, em Palermo; e por La Glorieta de Quique, em La Boca. Carrinhos ambulantes vendem o sanduiche em volta dos estádios de futebol, nos dias de jogo, e dos comícios políticos. Os argentinos também saboreiam o choripán nos asados familiares, em bares e restaurantes populares.

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Antes de fechar o sanduiche para consumo, acrescentam um molho à base de pimentão vermelho, cebola, tomate, azeite, vinagre, sal e às vezes chimichurri (salsa, orégano, cebolinha, pimenta-do-reino, alho etc.), no caso desidratado; ou, então, incorporam só chimichurri diluído em vinagre e zeite. Uma forma de preparo é cortar o chorizo ao meio, no sentido longitudinal, criando o denominado choripán mariposa (borboleta).

O sanduiche se alastrou pelo Chile, Uruguai, Peru e Bolívia. No Rio Grande do Sul, há uma variação   chamada de salsipão. Na verdade, o choripán tem admiradores infinitamente mais numerosos na Argentina. Estima-se que sua população saboreie 600 milhões desse sanduíche por ano. Exagero? Quem sabe. O fato é que, segundo levantamento de uma revista de Buenos Aires, o choripán se encontra entre os 10 pratos favoritos do país, junto com o asado, a milanesa napolitana (bife empanado, frito, coberto com molho de tomate, presunto, queijo mozzarella e levado ao forno para gratinar) e a pasta (massa). Se alguém se incomodar com mais essa invasão argentina, que faça o teste. Quando saborear um choripán bem feito, vai achá-lo irresistível.

MOLHO PARA CHORIPÁN

INGREDIENTES

  • 1 pimentão vermelho
  • 1 cebola média (ou grande, se preferir)
  • 2 tomates frescos grandes
  • Azeite de oliva o quanto baste
  • Chimichurri desidratado a gosto
  • Vinagre a gosto
  • Sal fino a gosto

PREPARO

1.  o pimentão, retirando as partes brancas.

2. Tire a casca da cebola.

3. Descarte  a pele e as sementes dos tomates.

4. Corte esses vegetais  em pequenos cubos,  passe-os para uma tigela e regue com um pouco de azeite .

5. Agregue em seguida o chimichurri desidratado, o sal, o vinagre e misture  com uma colher.

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6. Deixe repousar, na geladeira, por pelo menos 2 horas antes de usar. O ideal é que fique na geladeira por toda a noite, para acentuar o sabor.

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