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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Como lidar depois que estudos mostram que sua vacina é segura e promissora

Resultados das fases 1 e 2 da pesquisa clínica da Janssen-Cilag, já revisados por outros cientistas, foram publicados no New England Journal of Medicine

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jan 2021, 10h16

13 de janeiro, 19h19: Todo voluntário quer que a vacina que está testando seja eficaz e aprovada o mais rápido possível por autoridades de regulação sanitária. Na noite desta quarta-feira, enquanto a Câmara dos Estados Unidos dava seguimento ao segundo impeachment contra o presidente Donald Trump, foram divulgados novos indicativos de que o imunizante experimental para o qual me inscrevi é altamente auspicioso. No momento em que o Brasil registra recordes diários de mortes provocadas pelo novo coronavírus, me peguei pesquisando respostas no New England Journal of Medicine, publicação utilizada por pesquisadores para apresentar à comunidade científica suas descobertas. E estava lá: cientistas independentes revisaram vírgula por vírgula o ensaio clínico da Johnson & Johnson e concluíram, com base nas fases 1 e 2, que a vacina de dose única desenvolvida contra a Covid-19 é segura e gera resposta imune promissora tanto em jovens quanto em idosos.

As fases 1 e 2 são as primeiras realizadas com humanos dentro de uma pesquisa clínica. Nelas o fármaco é aplicado em um reduzido grupo de voluntários para se experimentar diferentes doses e se desenvolver testes iniciais de segurança (caso da fase 1) e colher os primeiros indícios de eficácia e – sempre – contabilizar mais informações de segurança (caso da fase 2). Como voluntária do estudo científico da Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, sou uma das 7.560 pessoas selecionadas no Brasil para a fase 3, a de maior escala e em que metade dos pacientes recebe a vacina verdadeira e a outra metade, uma ampola de soro fisiológico. A fase 3 é o arremate antes de o laboratório pedir autorização para que a vacina possa ser utilizada emergencialmente na pandemia.

Voltemos às fases 1 e 2. São nelas que estão as primeiras informações sobre o que o deve ser o próximo imunizante contra o novo coronavírus.

Foram selecionados adultos saudáveis, de 18 a 55 anos, em um grupo, e voluntários a partir de 65 anos de idade em outro. Eles foram submetidos a três tipos de teste: uma dose alta da vacina experimental, uma dose baixa e um placebo. De acordo com o artigo dos pesquisadores, após 28 dias, mais de 90% dos voluntários produziu anticorpos neutralizantes, que são aqueles que impedem que o vírus entre em uma célula e se replique. No dia 57, todos os voluntários que receberam a vacina tinham anticorpos detectáveis, não importando se haviam tomado a dose alta ou a dose baixa. E na faixa etária até 55 anos, eles permaneceram lá, estáveis, por pelo menos 71 dias.

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O meu dia 71, data em que será medido novamente se meus anticorpos existem e se estão firmes e fortes, está agendado para 26 de janeiro. Faço parte do chamado grupo de segurança da pesquisa, formado por pessoas que vão testar mais vezes a reação e as consequências da vacina antes de ela chegar no braço de milhões de pessoas em todo o mundo.

Todos nós, voluntários, já recebemos dose única do fármaco da Janssen e esperamos até o fim do mês a conclusão da análise dos dados globais para que a empresa possa enfim pedir à FDA, a agência regulatória americana responsável por autorizar o uso de vacinas, aval para aplicação emergencial na pandemia. As conclusões das fases 1 e 2 são um grande indicativo de que tudo vai dar certo no final.

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