O prefeito Fernando Haddad tem dito que a redução do limite de velocidade nas marginais em São Paulo segue a tendência das capitais europeias.
Na mesma toada, a Folha deu uma notícia semana passada informando que Londres diminuiu em 40% as mortes no trânsito depois de reduzir a velocidade máxima de um quarto das ruas e avenidas para 32 km/h.
Quem lê a reportagem ou ouve as explicações de Haddad pode acreditar que só se anda devagar na capital inglesa. Não é verdade. Nas autoestradas londrinas similares às marginais de São Paulo, a velocidade máxima varia de 40 a 50 milhas por hora, ou 64 a 80 km/h.
É um limite superior ao das pistas locais e centrais das marginais Tietê e Pinheiros mesmo antes da redução. Em julho, a prefeitura de São Paulo baixou o limite de 90 para 70 km/h na pista expressas, de 70 para 60 km/h na central e de 60 para 50 km/h nas pistas locais.
Poucos turistas que visitam Londres sabem, mas a cidade tem estradas muito parecidas com as marginais paulistanas. Uma delas é a North Circular Road. Assim como a Marginal Tietê, a North Circular é uma autoestrada urbana, que corta a cidade pela metade (na altura da zona 3 do metrô), ligando leste a oeste. Também nasceu do urbanismo modernista dos anos cinquenta e também é rodeada por galpões e atacadistas. A diferença é que em São Paulo há um rio não exatamente agradável entre as pistas.
Londres tem ainda um equivalente ao Rodoanel de São Paulo, a M25. Carros comuns podem andar nessa estrada a até 70 milhas por hora, ou 112 km/h. De novo, é um limite superior ao similar paulistano, 100 km/h.
Se a ideia do prefeito Fernando Haddad é copiar as cidades europeias, então deveria aumentar o limite de velocidade nas marginais.
@lnarloch