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“Ganhar perdendo” e outras notas de Carlos Brickmann

Os líderes do Governo estão brigados entre si e, às vezes, agem contra o Governo de que são líderes. O Governo perde todas, mas é assim que ganha

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 19h42 - Publicado em 26 Maio 2019, 07h01

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Digam o que disserem os teóricos, o fato é que a anarquia funciona. Jair Bolsonaro tem seus líderes no Congresso, mas cada um diz uma coisa, faz outra e, no caminho, descumpre os acordos que acertou. O próprio Bolsonaro pede uma coisa e luta por outra. O fato é que funcionou: a reorganização dos ministérios foi aprovada (só que o Coaf ficou na Economia, em vez de ir para a Justiça, e a Funai ficou com a Justiça, saindo dos Direitos Humanos — e Bolsonaro, que propôs as mudanças, agora quer que tudo fique como está). O ministro Moro ficou chateado ao perder o Coaf, mas parece já acostumado a apanhar. Há uma reforma tributária pronta para ser votada. Não é a de Paulo Guedes, mas foi redigida por um economista de porte, Bernard Appy; Paulo Guedes pode usá-la. Há uma reforma da Previdência (dos tempos de Temer) já em estágio avançado. É acoplar esta à de Guedes, fazer um substitutivo e pronto. Guedes disse que, se a reforma for daquelas meia-boca, pede para sair. Mas é provável que se entenda bem com Appy e equipe, e se acertem.

Claro que, no meio da confusão do Governo e de sua difícil relação com o Congresso, de repente tudo pode desandar. Quem tem tocado as reformas para a frente é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um primeiro-ministro informal. O líder do Governo na Câmara, Major Vitor Hugo, brigou com ele. Mas os líderes do Governo estão brigados entre si (e às vezes agem contra o Governo de que são líderes). O Governo perde todas, mas é assim que ganha.

 

Perder perdendo

Na manifestação de hoje, pode ocorrer tudo inclusive nada. Mas é bom que Bolsonaro tome providências para aumentar sua popularidade: a última pesquisa XP (uma empresa de investimentos cujas pesquisas servem para orientar os investidores) aponta, pela primeira vez, que a avaliação “ruim ou péssimo”, 36%, supera a “ótimo ou bom”. 34%. Houve pequena queda da avaliação positiva, enquanto a negativa subia cinco pontos, embora a diferença esteja dentro da margem de erro (3,2 pontos percentuais).

 

Maus indícios

Outros indicadores, porém, mostram queda na popularidade do Governo. O grupo que espera que daqui em diante o Governo seja ótimo ou bom caiu de 51% para 47%. Só 4% consideram satisfatório o andamento da agenda de Bolsonaro no Congresso. As opiniões se dividem quanto à responsabilidade da lentidão: para 35%, a culpa é conjunta, do Governo e do Congresso. Para 30%, a culpa é do Congresso. E só 20% põem a culpa apenas em Bolsonaro.

 

Parlamentarismo, não

O presidencialismo é de longe a forma de governo preferida: 70% dos entrevistados. E 18% acham que seria melhor adotar o parlamentarismo.

 

Os dias seguintes

No Congresso, já houve até reuniões de parlamentares importantes sobre “o que fazer com Bolsonaro”. No momento, nada: nem petistas nem olavetes querem tirá-lo, já que não toleram o vice Mourão. Não há clima para golpe, nem quem tenha força para desfechá-lo. E, bem ou mal, com anarquia e tudo, as reformas vão andando — lentamente, com modificações, mas vão andando. Se passa uma boa reforma da Previdência (dessas que permitam ao país fazer economia de uns R$ 100 bilhões por ano), haverá melhora geral no ambiente econômico, com o provável aumento dos investimentos externos. Tradução: mais empregos e aceleração do ritmo da economia. Isso eleva a popularidade de qualquer presidente. Se a economia anda, o Governo é bom. Ponto final.

 

Boa notícia

Anote na sua agenda: 30 de maio, quinta-feira que vem, é o Dia Livre de Impostos. Não que o Governo deixe de morder o bolso dos cidadãos: mas um grupo de empresários, espalhado pelo país, vai vender seus produtos sem impostos eles arcarão com os tributos. O objetivo é mostrar como os impostos pesados afetam a vida dos cidadãos. Num ranking de 30 países, o Brasil é o 14º em arrecadação de impostos, e o último em retorno dos gastos para a população. Até o momento, 821 lojas, dos mais variados setores, estão dispostas a vender parte de seus produtos sem os impostos. Os preços caem muito: o brasileiro trabalha 153 dias por ano, cinco meses, só para pagar impostos. Neste Dia sem Impostos, os descontos variam entre 10% e 70%. Há variação de preços conforme o estado, já que os impostos variam. A lista dos participantes está neste link.

 

Esfriando os ânimos

O maior congresso latino-americano de sorvetes (CLASH) se realiza em São Paulo, nos dias 12 e 13 de junho, no Centro de Convenções do Expo-Center Norte. A área, cerca de oito mil empresas, com 75 mil empregados, movimenta algo como R$ 13 bilhões de reais por ano, no Brasil. O CLASH pretende fazer uma ampla radiografia do setor, sob o tema “Sorvete, Novos Tempos: Tendências, Conquistas e Transformações”. O CLASH funcionará das 9h às 17h30. Inscrições no site.

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