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“Dinheiro chega, dinheiro sai” e outras notas de Carlos Brickmann

Um montante de US$ 5 milhões "sem dono" é roubado em Viracopos. A segurança do aeroporto é mesmo tão vulnerável a um alicate na cerca e um carro disfarçado?

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 30 jul 2020, 20h32 - Publicado em 7 mar 2018, 11h02

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Mande uma malinha pequena, com notas de US$ 10, para o Exterior; e conheça o inferno da burocracia. Tem de mostrar todos os documentos, preencher formulários, explicar por que ainda usa notas, e por que não quer passar pelo sistema bancário. Não é impossível mandar dinheiro em notas, mas é chato; e as autoridades brasileiras, do país para onde for enviada a maleta, as dos países onde houver escalas, todas terão seu nome e sua ficha.

Aqui, US$ 5 milhões de dono não divulgado, enviados a alguém que não se sabe quem é, entram num avião no Aeroporto Internacional de Guarulhos e são levados a outro aeroporto internacional, o de Viracopos, onde o movimento é menor. Ali, sem grandes problemas, os US$ 5 milhões foram roubados. Ora, se o dinheiro ia viajar, por que não foi direto para o aeroporto de embarque? E a segurança em Viracopos é mesmo vulnerável a um alicate na cerca e um carro disfarçado? Bom, já disseram que o destino do dinheiro seria a Suíça, após voo com duas escalas. Só que a Lufthansa, dona do jato, informou que ele iria para Frankfurt, Alemanha, com escala em Dacar, no Senegal, e não para a Suíça. Ou seja, em vez de colocar a apetitosa carga no local do embarque, deixando-a quieta, puseram-na num aeroporto de onde o avião não sairia, e a levaram para Viracopos. O jato iria para o Senegal e a Alemanha, onde o dinheiro seria posto em avião com destino à Suíça. E pensar que há voos tão bons entre Brasil e Suíça!

 

Dinheiro voa

Claro que a operação foi legal! Certas coisas que parecem esquisitas mostrarão, no fundo, sua lógica. Mas este colunista adoraria saber o motivo de tudo que, certamente por ignorância, achou estranho neste caso.

 

No de hoje, no de ontem

A vida está difícil por aqui para mandatários e ex-mandatários. Temer foi colocado sob investigação, por ordem de um ministro do Supremo ─ embora não possa ser punido no exercício do mandato por problemas que tenham ocorrido no mesmo período. De qualquer forma, Michel Temer terá de se preocupar ao mesmo tempo com o Governo e com um caso de denúncia de propina, além de outro que envolve a abertura de seu sigilo bancário. E Lula acaba de perder no Superior Tribunal de Justiça; seu pedido de habeas-corpus, que impediria o TRF 4 de mandar prendê-lo, foi rejeitado por unanimidade. Está com a liberdade em jogo; e tem contra sua candidatura, como condenado em segunda instância, a Lei da Ficha Limpa.

 

Bom, mas ruim

De acordo com a pesquisa CNT/MDA, a população apoia em massa a intervenção no Rio. São 69% a favor, contra 12,3%; há ainda 11,4% que se dizem indiferentes. Mas, embora a medida que mereceu tanta aprovação tenha sido tomada por Temer, ele continua mal na pesquisa, sem qualquer avanço. Se for candidato à reeleição, parte de menos de 1% dos eleitores. Lula, se puder ser candidato, parte de 33,4%, o dobro de Bolsonaro, mais que o quádruplo de Marina. Num dos cenários da pesquisa, com Lula candidato, Temer tem 0,9%, contra 0,7% de Manuela D’Ávila, do PCdoB. Em outro cenário, sem Lula, Temer fica empatado com Manuela D’Ávila, ambos com 1,3%. No território eleitoral de Temer, o melhor candidato é o governador Geraldo Alckmin, com 6,4% (com Lula), ou 8,6%, sem Lula. Nos dois casos, Alckmin é o terceiro ou quarto da pesquisa, longe do topo.

 

Rodrigo quem?

Rodrigo Maia é presidente da Câmara, filho de César Maia, político de importância no Rio, com prestígio em seu partido, o DEM. Está com tudo pronto para que o DEM o lance candidato à Presidência da República, amanhã. Mas, ao menos por enquanto, voto não tem: a pesquisa o mostra com menos de um ponto. Perto de Maia, Alckmin é um campeão de votos.

 

Comunhão de males

Outra pesquisa, feita pelo instituto de pesquisas Ipsos para o Barômetro Político Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, mostra algo da maior importância: a desaprovação aos políticos, em geral, é muito alta. Michel Temer, por exemplo, é rejeitado por 93% dos eleitores; Fernando Collor, por 81%; Fernando Henrique, por 77%. Temer é o mais rejeitado; mas, ao mesmo tempo, precisa disputar a reeleição, para manter o foro privilegiado. Já sob investigação, já com o sigilo bancário aberto, Temer não tem muito tempo: no momento em que não tiver mais direito a foro privilegiado, já haverá promotores e juízes interessados em ouvi-lo.

 

O homem certo

O substituto de Ricardo Barros, PP, que no mês que vem deixa o Ministério da Saúde para disputar a eleição, já está escolhido: é Marco Fireman, hoje secretário da Ciência, Tecnologia e Assuntos Estratégicos do Ministério. Fireman consta na delação premiada da Odebrecht como tendo exigido propina para não dar uma obra para outra empreiteira.

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