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Por Filipe Vilicic
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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Aplicativos de exercícios físicos valem a pena?

Testamos. Mas será que aprovamos? Confira se esses apps realmente merecem investimento de tempo (e dinheiro)

Por Filipe Vilicic Atualizado em 20 set 2019, 17h45 - Publicado em 20 set 2019, 17h30

Em março, eu e o repórter André Lopes começamos a testar um aplicativo de exercícios físicos, o Freeletics. Caso você procure no Google por “Freeletics”, logo irá se deparar com uma série de vídeos daqueles da linha “antes e depois”, mostrando transformações mágicas no corpo de quem usou o app. Será que ele é tão bom assim?

De início, o teste feito por VEJA tinha plano de durar de dois a três meses. Após vaivém – e aquela coisa, demasiadamente humana, de “segunda começo a malhação, sem falta” –, e de se notar que seria preciso mais tempo para compreender as vantagens e desvantagens do serviço, estendeu-se. Concluímos que há, sim, benefícios de apoiar a rotina de malhação no Freeletics. Mas também muitos malefícios.

Eu e Lopes temos perfis distintos em relação à rotina de exercícios. De minha parte, sempre tentei me manter em forma. Apesar de não ser dos mais comprometidos com a rotina de malhação – pratiquei diversos estilos de luta, musculação, crossfit, remo, dentre outras atividades; mas sempre naquela linha “às vezes apareço, às vezes não tanto”, intercalando com meses de pausa completa. Já André Lopes estava sedentário quando teve início o teste.

Começarei compartilhando as impressões em relação ao design do aplicativo. De início, a navegação é confusa, nada intuitiva. Mesmo para quem está acostumado a lidar com novas tecnologias, é preciso certa adaptação para entender onde está algo que se procura (um tipo de exercício; uma rotina específica; etc.) no programa. Depois dos primeiros treinos, porém, fica bem fácil.

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Outro porém, no mesmo aspecto, é que a paleta de cores (basicamente azul, preto e branco) não é muito apropriada para quando se precisa, por exemplo, forçar a vista para checar, ao ar livre, num parque, qual é o próximo exercício a ser feito. Isso ao menos quando se utiliza como base um iPhone de tela regular (com telas maiores, como as de vários aparelhos Android, não é tão desafiador assim para a vista).

Só que há também vários pontos positivos no desenho do aplicativo. A seção do “plano de treino” é bem elaborada, de navegação rápida, direto ao ponto. Assim como, com o tempo, se torna fácil procurar pelos “workouts” que se quer fazer. A separação por níveis de dificuldade também faz sentido e é apropriada ao condicionamento de cada um, com grande eficácia. A faceta de rede social do app, em que se propõe acompanhar colegas e amigos e checar desafios em uma aba de “feed”, não é tão convidativa – mas também não prejudica.

Agora, abordemos a parte dos exercícios físicos. O teste para valer.

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No meu caso, comecei empenhado. Pela proposta, parei com outras atividades que fazia, como o crossfit, e passei a focar tão-somente no Freeletics.

Para quem já tem costume de suar a camisa, contudo, o app é extremamente monótono. São sempre propostos os mesmos estilos de exercícios. Além disso, mostrou-se necessário seguir uma disciplina rigorosa para acompanhar o plano eleito pelo software, que lhe indica o que fazer de acordo com um questionário respondido logo que se começa o uso – confira, no vídeo da largada dessa experiência, como é esse cadastro. Eu não tive tal disciplina.

Logo comecei a largar mão, de vez, do aplicativo. Por duas razões bem simples. Primeiro: é chato demais se exercitar sozinho, olhando uma tela, repetindo os mesmíssimos movimentos de sempre. Segundo: não tinha paciência de checar o aplicativo com frequência, assim como tudo que ele propunha a mim.

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A pior consequência de ter aderido ao Freeletics foi que me prejudiquei em outras atividades que fazia. Como a sugestão era seguir apenas o que dizia o aplicativo, abandonei dois passatempos: crossfit e escalada. Não deu certo. No fim, para o corpo e para a mente, seria melhor ter continuado a investir em crossfit e escalada, não no Freeletics.

Só que o app também trouxe uma baita vantagem. Em momentos nos quais queria me exercitar, mas não tinha uma referência para acompanhar, ele, digamos assim, salvou-me. Recorri ao serviço em viagens a trabalho, como numa para a Califórnia. Assim como quando chegava de madrugada de algum compromisso, mas mesmo assim ainda queria me exercitar em casa.

No fim, para mim, o Freeletics se mostrou ótimo só como um complemento à rotina mais animada, com outros tipos de esportes na agenda. Sozinho, é uma chatice.

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Todavia, a pergunta que fica: será que, tão-somente para servir de apoio, vale gastar ao menos uns 130 reais para ter o aplicativo? Ou, em momentos nos quais se quer mexer o corpo – fora da academia, do galpão de crossfit, ou da parede de escalada –, não sai mais em conta fazer umas flexões, umas barras, correr, tudo por conta (ou usando algum app gratuito como base)?

Já o André Lopes aproveitou um pouco melhor o Freeletics. Como estava sedentário, de início foi difícil para ele. O depoimento: “Em minha primeira tentativa, não consegui alcançar mais que 7 dias completos de exercícios, no programa de meses que foi proposto pelo serviço. Concluir cada treino era bem intenso. E, mesmo relatando que eu não estava chegando ao fim das atividades, as sequências do Freeletics pareciam muito mais difíceis de se executar do que qualquer coisa do gênero que eu já havia tentado”.

Entretanto, passado um tempo, o Freeletics veio a calhar. “Depois de praticamente esquecer o Freeletics, acabei me deparando novamente com o ícone dele no celular. Resolvi dar uma segunda chance. Havia me mudado de casa e passei a ter mais espaço para me exercitar. Depois de 2 semanas completas, percebi que ainda sigo com as mesmas dificuldades em alguns exercícios, mas, para contornar a customização ‘quebrada’ do app, substituo os movimentos que não consigo fazer, ou não sei fazer, por algum similar”.

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Para André Lopes, funcionou para sair do sedentarismo. Só que a experiência não teve só prós. Como ele não contava com o acompanhando de um educador físico, chegou a passar mal em algumas situações. “Teve um dia em que exagerei, senti uma dor imensa no peito, e tive de correr para o hospital”, exemplifica.

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No fim, trata-se de um daqueles serviços que só vale a assinatura se você realmente usá-lo. E muito! Com frequência, disciplina, intensidade, envolvimento na comunidade dos atletas do Freeletics (algo que não tive paciência de fazer) etc. Como a malhação é executada sem acompanhamento, também é preciso ficar alerta a qualquer sinal de exagero – para não ir parar no hospital.

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