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Governos oficializam parceria para a proteção de florestas, sem o Brasil

Iniciativa tem o objetivo de interromper a perda florestal e recuperar áreas degradadas até 2030

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 nov 2022, 09h49

Na COP27, no Egito, líderes mundiais lançaram a Parceria de Líderes de Florestas e Clima (FCLP, na sigla em inglês) para reverter a perda de florestas e recuperar áreas degradadas até 2030. 26 países e a União Europeia fazem parte da iniciativa, que não conta com a presença do Brasil. Os integrantes da FCLP juntos representam mais de 33% das florestas do mundo e quase 60% do PIB mundial.

Em 2021, na COP26, 140 líderes mundiais se comprometeram com a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra, cujo objetivo é interromper e reverter a perda de florestas e a degradação da terra nesta década. O compromisso anunciado no Egito é uma forma de dar continuidade às metas prometidas na edição anterior da conferência do clima da ONU.

Doadores públicos já gastaram US$ 2,67 bilhões dos US$ 12 bilhões comprometidos no ano passado para proteger e restaurar florestas. Na COP27, mais US$ 4,5 bilhões de doadores públicos e privados serão anunciados.

Além de recursos destinados especificamente para a preservação e conservação de áreas nativas, o FCLP realizará reuniões anuais para incentivar a prestação de contas, incluindo eventos de nível de liderança nas COPs. A partir de 2023, o FCLP também publicará um Relatório de Progresso Global anual que incluirá avaliações independentes do progresso global em direção à meta de 2030, além de mostrar o progresso feito pelo próprio FCLP.

Sobre a iniciativa, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, afirmou que “por muito tempo as florestas do mundo foram subvalorizadas e subestimadas. Elas são uma das grandes maravilhas naturais do nosso mundo e, com a perda de nossas florestas representando mais de 10% das emissões globais, protegê-las é uma das melhores maneiras de nos levar de volta aos 1,5 graus”.

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A ausência do Brasil não passou despercebida. De acordo com Stela Herschmann, do Observatório do Clima, “o Brasil foi assunto durante o lançamento da iniciativa principalmente de duas formas: pela maneira como vem ignorando o acordo do ano passado, aumentando o desmatamento em vez de reduzi-lo, e pela enorme expectativa de que essa política florestal mudará dramaticamente a partir de 2023, com o novo governo”.

Em nota, a ONG WWF declarou que “a Parceria Florestas e Líderes Climáticos pode desempenhar um papel importante na interrupção do desmatamento e na conversão de ecossistemas, desde que garanta o acompanhamento, a transparência e a responsabilidade. Caso contrário, os compromissos continuarão sendo apenas palavras bonitas no papel”.

O Brasil, que detém a maior parte da Floresta Amazônica, não está entre os países que se comprometeram com a proteção das florestas. A maior parte das emissões nacionais de gases de efeito estufa está atrelada à mudança no uso da terra, o que inclui o desmatamento. Entre as diversas expectativas com a eleição de Lula para a presidência, uma delas é que talvez o governo reveja seu posicionamento e faça parte do grupo dedicado à proteção das florestas.

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