O hiperativo Sorgatz, 38 anos, se vê como um líder das novas mídias na cidade, um híbrido de estrategista digital, guru de marketing e consultor de mídias sociais.
Era uma noite chuvosa de terça-feira quando Rex Sorgatz, um magrelo de cabelos vermelhos espetados e óculos escuros, entrou em uma festa de aniversário no bar Tom & Jerry’s, o point para a turma do Twitter de Nova York. Um grupo de amigos, que ocupa uma fechada elite digital, gritou em conjunto: “Rex!”
Dennis Crowley, um dos fundadores da Foursquare, abriu caminho com os cotovelos e sussurrou algo em seu ouvido sobre a revista Internet Week. John Carney, que trocou o blog financeiro Business Insider pela CNBC.com, parou para conversar. Rachel Sklar, o editor da Mediaite, um blog sofre fofocas do mundo da mídia, trouxe algumas cervejas.
A conversa usava jargões da web e metáforas esportivas. “Então estou lançando alguns sites para a Major League Soccer”, disse Sorgatz. “Eles queriam conselhos. Disse para serem mais pretensiosos.”
O hiperativo Sorgatz, 38 anos, se vê como um líder das novas mídias na cidade, um híbrido de estrategista digital, guru de marketing e consultor de mídias sociais. Sua biografia no LinkedIn é amorfa e o define como “blogueiro ocasional, narcisista, egoísta e diletante”. Mas Sorgatz é mais conhecido por outro título: “microcelebridade”. Blogs de fofoca como o Gawker têm dezenas de posts sobre Sorgatz desde que ele chegou à comunidade web da cidade, retratando-o como um mulherengo nerd.
Sorgatz desempenha o papel com entusiasmo. Um post recente em seu Twitter: “Dica para aquela garota que conheci na noite passada na festa Vice: não guarde seus cartões de visita no lugar onde esconde a cocaína.” Ele também escreveu um artigo para a revista New York com o título “O jogo da microfama”, com oito passos para se tornar uma celebridade na internet.
O artigo foi publicado em 2008, seis meses depois de Sorgatz mudar-se para Nova York. Ele veio de Seattle, onde era produtor executivo da MSNBC.com. Ele deixou o emprego para começar a View Source Networks, um canal de vídeo online que nunca decolou. Desde então, entre menções ocasionais no Gawker e comentários ácidos no Twitter, Sorgatz ganhou respeito e transformou a microcelebridade em um negócio que o colocou no centro da ação das novas mídias.
Em maio, começou uma “anti-agência” chamada Kinda Sorta Media, que orienta jovens e antigas empresas em sua estratégia digital. Situada em um loft no SoHo com tijolos e tubulações expostas, a empresa tem três funcionários, mas mantém uma “cooperativa” de consultores, especialistas em marcas, designers, empresários, profissionais de mídia e técnicos.
A lista de cliente é estrelada com nomes bem conhecidos (Men’s Health, Newsweek, SNL Digital) e outros obscuros (Geeksystem, Gossip Cop, Guyism). Empresas pouco envolvidas com a web gostam que Sorgatz seja capaz de saltar entre novos e velhos meios. A revista semanal The Week contratou Sorgatz para conduzir seus seguidores no Twitter, incrementar a página de fãs no Facebook e reformar seu site.
“Ele é uma espécie de viajante moderno, que fez um pouco de tudo”, disse Gavin Purcell, produtor de supervisão do Late Night With Jimmy Fallon, da NBC, que já trabalhou com Sorgatz. “Mas ele entende o valor cultural e o valor técnico das coisas. E isso é uma combinação incomum neste mundo.”