Tesla anuncia recall de 475 mil veículos nos Estados Unidos
Problemas na câmera de ré e no capô aumentam o risco de acidentes, segundo agência americana
A Tesla anunciou o recall de 475 mil unidades de seus carros elétricos Model 3 e Model S nos Estados Unidos. O número é quase equivalente ao meio milhão de unidades entregues globalmente pela montadora em 2020. Todos os Model 3 fabricados entre 2017 e 2020, um total de 356.309 carros, passarão pela revisão.
De acordo com a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário (NHTSA), órgão americano que trabalha para reduzir acidentes e mortes no trânsito, o fechamento do porta-malas do sedã Model 3 pode danificar a câmera de ré, impedindo a exibição das imagens. No caso do Model S, o problema é mais sério: uma falha no fechamento do capô pode causar sua abertura no meio do tráfego, aumentando muito o risco de colisões.
Outros problemas já fizeram com que a NHTSA abrisse outras investigações sobre os carros da Tesla. Em fevereiro, a montadora fundada pelo bilionário sul-africano naturalizado americano Elon Musk concordou em fazer o recall de 35 mil veículos para corrigir problemas no display touch-screen. Mais tarde, em agosto, a NHTSA abriu um inquérito de segurança por conta de falhas no sistema de piloto automático que provocaram acidentes.
O caso mais recente aconteceu agora, em dezembro, depois que a agência de segurança rodoviária descobriu que 580 mil carros da Tesla permitiam que games fossem jogados no display central. Posteriormente, a empresa concordou em suspender os jogos com os veículos em movimento.
E não é só nos Estados Unidos que Musk vem enfrentando as autoridades por conta de falhas. Na China, a Tesla anunciou em novembro o recall de 21,6 mil unidades para analisar a junta da direção, peça que permite que as rodas girem. Componentes abaixo do padrão poderiam deformar ou quebrar com o carro em movimento, aumentando as chances de acidentes. Antes, em junho, o sistema de controle de velocidade de cruzeiro afetou 285 mil veículos, a maior parte deles produzidos localmente.
A disputa com a China esbarra também em outra empresa de Musk: a SpaceX. Nesta semana, Pequim enviou um protesto formal ao Escritório das Nações Unidas para Assuntos Espaciais contra os satélites da Starlink Internet Services, divisão da SpaceX. De acordo com o governo chinês, foram necessárias manobras na Estação Espacial de Tiangong para evitar colisões com os equipamentos da Starlink.