Na segunda-feira 2 um satélite europeu se viu em uma situação pouco comum no espaço: teve de mudar repentinamente sua posição para não ser destruído. A manobra emergencial foi necessária porque uma das 60 sondas da rede Starlink, enviada pela SpaceX do bilionário Elon Musk, estava em rota de colisão com o dispositivo da Agência Espacial Europeia (ESA).
Tal situação é bastante atípica no espaço. De vez em quando os operadores de satélite alteram ligeiramente a posição de uma espaçonave se calcularem uma chance mínima de que o veículo possa atingir outro. Mas, no caso dos dispositivos da SpaceX, esperava-se que a empresa ficasse responsável de botar seu carrossel de sondas na linha, contudo, não foi o que ocorreu. Segundo a companhia, um bug de comunicação impediu que fosse aferido a rota de colisão com antecedência, ficando a cargo do satélite da ESA recalcular a trajetória.
Uma colisão no espaço é algo que deve ser sempre evitado, principalmente porque esses satélites estão se movendo a vários milhares de quilômetros por hora. Em velocidades assim, um impacto pode transformar as naves espaciais em centenas de pedaços, e o lixo resultante pode ricochetear em outros satélites, possivelmente criando ainda mais detritos. Em resumo: a órbita da terra viraria um caos.
Não demorou para que controladores de diversos satélites se preocupassem com os novatos da SpaceX. Considerando que as sondas defeituosas são as primeiras entre quase 12 000 iguais que a empresa pretende colocar em órbita com a intenção de transmitir internet.
O tamanho da constelação Starlink almejada por Musk já levou muitos especialistas em viagens espaciais a especular como esses veículos podem aumentar os acidentes espaciais. Se um satélite já tive de sair do caminho de um membro da Starlink enquanto são poucos, com que frequência isso acontecerá quando houver milhares desses veículos em órbita?