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“Agora a marca falará com as mães”, diz criador da Galinha Pintadinha

Marcos Luporini conta planos para o futuro da marca que está perto de atingir 20 bilhões de visualizações no YouTube

Por Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2021, 17h52 - Publicado em 9 Maio 2021, 17h50

Ao lado do sócio Juliano Prado, o publicitário Marcos Luporini criou a bem-sucedida personagem infantil Galinha Pintadinha. A avezinha azul está próxima de bater a marca de 20 bilhões de visualizações no YouTube, onde ocupa o espaço de canal infantil com maior número de acessos nos vídeos, de acordo com a ferramenta Social Blade. No total geral, fica em segundo lugar, atrás apenas do produtor de videoclipes KondZilla.  A personagem de traço simples, cores vibrantes e afeita a entoar clássicos de domínio público como Se essa rua fosse minha entra no 15º ano de existência e ensaia chegar a  uma segunda geração de crianças, filhos de quem já assistiu videos da personagem. Em entrevista a VEJA, Luporini fala sobre planos para o futuro, um recente canal para as mães e defesa da vacina pela personagem.

Foi preciso adaptar para que a marca chegasse bem aos 15 anos de existência?

É interessante, na verdade não foi preciso ajustar muito. O projeto já nasceu digital e acho que estava muito à frente do seu tempo, por isso fez o sucesso que estamos vendo. Estamos colhendo os frutos do que inovamos naquela época. A Galinha Pintadinha nasceu pronta para esse momento de agora. 

O que o público busca quando acessa o conteúdo de vocês?
Quando a mãe entrega o celular na mão da criança, ela quer sossego, paz. Sendo bem realista. Mas elas querem segurança, que o vídeo carregue valores. Trabalhamos em cima disso, entretemos a criança, carregamos valores positivos, coisas sérias e educamos em alguma medida. Ajudamos no letramento e no aprendizado com números. A criança consegue até dormir assistindo, acho importante não ser hiperestimulante. Não precisa apelar.

Essa foi a intenção inicial ao lançá-la?

Em 2006, subimos no YouTube um clipe que seria parte de um DVD de canções, algo meio genérico. Não existia um plano da Galinha Pintadinha. As pessoas começaram a assistir e aquilo cresceu organicamente. Ela foi, desse modo, eleita pelo público. O DVD da Galinha mesmo surgiu em 2008. A nossa principal proposta sempre foi trabalhar com os clássicos. Há uma coisa que eu me ressinto um pouco, mas não muito, é que o sucesso comercial da marca acaba ofuscando um trabalho de resgate do cancioneiro que fizemos. As pessoas  quando comentam sobre a Galinha Pintadinha, falam dos bilhões de acessos, mas o grande valor ainda é, e seguirá sendo, a gente ter resgatado grandes marcos da canção brasileira. Agora começamos a realizar um sonho que é acompanhar a geração de crianças que ouviram a Galinha Pintadinha, crescidos, começando a apresenta-la aos seus filhos. Quando o trabalho cruzar uma geração, sinto que nosso trabalho terá sido completo. Quem tinha 4, 5 anos, agora tem 20, é cedo, mas logo estarão numa idade de ter filhos.

Depois do surgimento da Galinha, muitos outros personagens infantis parecidos começaram a fazer sucesso. O que vocês têm feito para seguirem relevantes no futuro?

O YouTube mudou a forma de lidar com a privacidade dos dados das crianças. E, diante disso, cortou algumas ferramentas dos vídeos infantis. Isso foi muito ruim, era onde conversávamos com as famílias. Então, decidimos não abrir mão do contato com os adultos e criamos o canal “Ninho das Mães”, para conversar com elas. Agora queremos falar com as mães. Esse é um dos movimentos que temos feito para nos manter atualizados. Abrimos um diálogo, somos como uma rede de apoio. Muitas mães nos contam como a personagem participou da vida delas, de forma espontânea. O canal saiu um pouco antes da pandemia, mas caiu como uma luva para esse momento em que estamos vivendo, nos dava muita angústia não poder ter essa conexão.

Em quais discussões vocês sentem que a personagem deve se posicionar?

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O que está faltando para o mundo, e talvez esteja voltando aos poucos, é o bom senso. Com isso é possível sacar o que é necessário. Não é tão difícil. As pessoas ficaram cegas pelo ódio em alguns casos. A questão da vacina é um ponto bem claro, basta olhar para o mundo ao redor e ver que estão todos em busca dos imunizantes. Não precisa ser genial para sacar o que é certo e o que está errado. O bom senso é  um norte para a marca e deveria ser para as pessoas. Não precisamos ir aos valores profundos. Somos uma marca infantil, a gama de assuntos que podemos falar sobre, no fim das contas, é limitado.

A personagem deve alçar voos maiores nos próximos anos?
Um filme de cinema é um grande sonho que tenho, um projeto que circula há anos na empresa, mas a pandemia pediu que reavaliássemos. Deve sair em breve um livro com vídeo, a Galinha Pintadinha lerá uma história clássica — como Os três porquinhos e Chapeuzinho Vermelho — para o pintinho amarelinho. Teremos em vídeo ela lendo a história que será acompanhada do livro físico. É um projeto em duas mídias.

A pandemia afetou a marca?
Tivemos aumento no consumo do conteúdo digital. A venda de brinquedos, por outro lado, caiu. As crianças sentem falta de olhar na loja, pegar e decidir se gostam ou não dele. Mesmo assim, tivemos um surpreendente crescimento de 20% no ano passado.

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