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Os carros automáticos do Google enfrentam o trânsito

Por The New York Times
11 out 2010, 11h56

Carros autônomos estão distantes da produção em massa, mas os técnicos que sonham com eles há muito tempo acreditam que eles podem transformar a sociedade tão profundamente quanto a internet

Qualquer um que tenha dirigido recentemente pela Highway 1, entre São Francisco e Los Angeles, pode ter visto um Toyota Prius com um curioso cilindro em forma de funil no teto. Mais difícil de notar é que a pessoa ao volante não estava realmente dirigindo. O carro é um projeto do Google, que vem trabalhando em segredo – mas à vista de todos – em um veículo sem motorista, que usa um software de inteligência artificial que pode sentir qualquer coisa que se aproxime do carro e imitar decisões tomadas por um condutor humano. Com alguém atrás do volante para assumir o comando se algo sair errado e um técnico no banco do passageiro para monitorar o sistema de navegação, sete carros de teste têm trafegado por mais de 1.500 quilômetros sem intervenção humana e mais de 225 mil quilômetros com controle humano ocasional.

Um deles dirigia sozinho na Lombard Street, em São Francisco, uma das ruas mais íngremes e cheias de curvas dos Estados Unidos. O único acidente, disseram os engenheiros, foi quando um carro do Google levou uma batida na traseira ao parar num semáforo.

Carros autônomos estão distantes da produção em massa, mas os técnicos que sonham com eles há muito tempo acreditam que eles podem transformar a sociedade tão profundamente quanto a internet. Motoristas-robôs reagem mais depressa que humanos, têm percepção de 360º e não se distraem, têm sono ou ficam bêbados, argumentam os engenheiros. Eles falam em termos de vidas salvas e ferimentos evitáveis.

Os engenheiros dizem que a tecnologia poderá dobrar a capacidade das estradas, permitindo que os carros fiquem mais próximos, mas sempre com segurança. Como os carros com robôs seriam menos propensos a falhas, poderiam ser mais leves, reduzindo o consumo de combustível. Mas, claro, para serem verdadeiramente seguros, os carros devem ser muito mais confiáveis que, digamos, os computadores pessoais atuais, que travam e são infectados com frequência por vírus.

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No limite – O programa de pesquisa do Google usando inteligência artificial para revolucionar o automóvel é uma prova de que as ambições da empresa vão além de ferramentas de busca. Durante um passeio de meia hora que começou no câmpus da empresa, ao sul de São Francisco, na quarta-feira passada, um Prius equipado com uma variedade de sensores e seguindo a rota programada por um GPS acelerou com agilidade na pista de entrada e se fundiu ao tráfego veloz da Rodovia 101, que corre através do Vale do Silício.

Ele manteve o limite de velocidade, porque sabia o limite de cada estrada, incluído em seu banco de dados, e deixou a estrada várias saídas adiante. O dispositivo colocado sobre o carro produziu um mapa detalhado do ambiente. O carro, em seguida, circulou no trânsito da cidade em Mountain View, parando em semáforos e sinais de trânsito, assim como fez anúncios como “aproximação de faixa de pedestres” (para avisar o homem ao volante), ou “vire adiante” em uma agradável voz feminina. Esta mesma voz agradável, dizem os engenheiros, alerta o condutor caso o sistema de controle mestre detecte algo errado com os sensores.

Botão vermelho – O carro pode ser programado para diferentes personalidades de condução – do cauteloso, propenso a ceder passagem a outro carro, ao agressivo, onde provavelmente irá primeiro. Christopher Urmson, cientista de robótica da Universidade Carnegie Mellon, estava no volante, mas não o usou. Para ganhar o controle do carro ele precisar fazer três coisas: apertar um botão vermelho perto de sua mão direita, tocar no freio ou virar o volante. Ele fez isso duas vezes: uma quando um ciclista passou no sinal vermelho e outra quando um carro à frente deu ré para estacionar. De qualquer forma, parecia que o carro teria evitado o acidente sozinho.

Quando ele retornou ao modo automatizado de “cruzeiro”, o carro deu um “zumbido” – talvez para evocar a velocidade warp de Jornada nas Estrelas -, e Urmson pode descansar as mãos ou gesticular quando conversava com um passageiro no banco de trás. Ele disse que os carros chamam a atenção, mas as pessoas parecem pensar que são apenas a próxima geração dos carros do Google Street View, usados para tirar fotografias e recolher dados para seus mapas.

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