Hoje apontadas como as maiores vilãs do meio ambiente, as mudanças climáticas podem ter tido uma importante serventia para o enriquecimento cultural da humanidade. Um estudo conduzido por cientistas do Instituto Francês para Estudos Andinos, em Lima, no Peru, indica que os incas, cuja civilização floresceu na América do Sul pré-colombiana, não teria sido nada sem um tempo favorável propiciado pelas mudanças do clima.
Segundo uma reportagem do jornal britânico The Times, um período de clima ameno entre os anos de 1100 e 1533 d.C. fez com que fossem abertas largas áreas de terra nas montanhas da região. Essa alteração permitiu aos incas cultivar batata e milho e expandiu sua influência desde a Colômbia até o Chile.
De acordo com o estudo, havia fornecimento constante de água graças ao derretimento do gelo polar, o que resultou em um excedente de alimentos. Os incas, então com menos responsabilidades agrícolas, puderam então se dedicar a outras atividades, como a construção de estradas.
Para o pesquisador britânico Alex Chepstow, líder do estudo, as mudanças climáticas foram as “incubadoras perfeitas” da expansão inca. “Sim, eles eram altamente organizados e tinham um sistema hierárquico sofisticado, mas isso não teria sido nada se não estivessem apoiados no aquecimento climático”, disse Chepstow ao jornal.