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‘Kinect é só o primeiro passo’, diz o brasileiro que está revolucionando o mundo dos games

O criador do sensor de movimento que deve aposentar o joystick fala sobre o dispositivo da Microsoft, cujo lançamento acontece nesta quinta-feira no Brasil

Por Renata Honorato
18 nov 2010, 07h36

Um aparelhinho que chega às lojas brasileiras nesta quinta-feira, ao custo de 599 reais, está mudando o universo dos games. O Kinect é um sensor que, acoplado ao console Xbox 360, também da Microsoft, capta os movimentos dos jogadores diante da TV e os transforma em comandos do game. Em resumo: é o fim dos controles como o joystick. Desde que foi lançado no exterior, há dez dias, o Kinect vendeu 1 milhão de unidades só nos Estados Unidos e Europa. Por trás dessa revolução (ou melhor, no centro), está um brasileiro: Alex Kipman, um curitibano de 31 anos que deixou o Brasil há 15 para estudar engenharia de software em Nova York. A ideia do Kinect surgiu quando ele passava férias na chácara da tia, na região de Curitiba. “Ao acordar um dia, percebi que não havia qualquer dispositivo eletrônico ao meu redor e gostei daquela sensação. Então, pensei que seria bom jogar games daquela maneira, sem fios ou controles: decidi dar fim aos botões”, conta Kipman. Confira a seguir a entrevista que ele concedeu ao site de VEJA.

Quanto tempo levou o desenvolvimento do Kinect?

Desde o início do projeto até seu lançamento foram gastos três anos. Apresentei a ideia à Microsoft em dois dias, provei que podia criar o aparelho em dois meses e trouxemos a novidade ao mercado em dois anos. Esse esquema “2-2-2” mostra se a ideia é viável: o mundo evolui rápido e passar dez anos trabalhando em um só projeto não funciona nesse mercado.

Quantas pessoas participaram do projeto?

Eu mesmo desenvolvi o primeiro protótipo do Kinect. Na Microsoft, cerca de 3.000 pessoas participaram do desenvolvimento da tecnologia. A partir daí, outras milhares de pessoas se envolveram com o produto. Há um ano, quando mostramos pela primeira vez o sensor, cerca de 70% da indústria mundial de games já trabalhava em títulos para Kinect.

Agora o senhor está envolvido em um novo projeto?

Estou trabalhando em uma segunda parte da minha visão. O Kinect foi só o primeiro passo.

E qual é esse próximo passo? É uma evolução do Kinect?

Não, trata-se de um projeto maior. Mas, infelizmente, não posso falar a respeito.

Será possível, no futuro, termos games controlados pela mente?

Controlar computadores com a mente é fácil. Eu mesmo já participei de algumas experiências. O problema é que as pessoas precisariam manter a mente limpa para poder executar um comando, como correr, pular ou atirar. É difícil para uma pessoa pensar em uma coisa por vez. Isso só acontece na meditação. Criar um sistema como esse seria como colocar toda a humanidade em estado de meditação. Então, logicamente, há poucas chances de controlarmos os games com a mente. O que vai acontecer é o desaparecimento dos botões e uma maior conexão por meio de dispositivos tecnológicos invisíveis, como é o caso do Kinect.

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Como o senhor foi parar no mercado de games?

Eu jogo videogames desde que tinha cinco anos de idade. Logo aprendi a programar, por volta dos sete ou oito anos. Comecei com o Atari 2600 e me apaixonei por essa área do conhecimento que considero uma arte. Quando pensamos em arte, acabamos chegando na física. Tudo isso me levou para o mundo do software, onde a única barreira é a falta de imaginação. Anos depois, cursei engenharia de software na Rochester Institute of Technology, em Nova York.

Como se sente ao voltar para o Brasil para o lançamento do Kinect?

É emocionante. A ideia do Kinect nasceu aqui: nada mais justo do que voltar para mostrar o produto completo. Os brasileiros sempre gostaram e acompanharam a evolução do Projeto Natal, primeiro nome que dei ao protótipo do Kinetic, em homenagem à capital do Rio Grande do Norte, uma cidade de que gosto muito.

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