Investimento em empresas do Start-Up Brasil cresce 140%
Na segunda rodada do programa do governo federal, aportes externos chegam a R$ 24,5 milhões. Investimento público adicional é de 9,1 milhões
Mais do que dobrou o interesse de investidores pelas empresas nascentes que participam do Start-Up Brasil, programa de fomento a empresas de base tecnológica mantido pelo governo federal em parceria com aceleradoras privadas de negócios. De acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira, o aporte de investidores (privados, em maioria) ao grupo de 49 startups que participaram da segunda turma do programa chegou a 24,5 milhões de reais – na primeira edição, 45 companhias receberam 12,1 milhões de reais durante os doze meses de programa, em valor corrigido pela inflação. A média recebida por startup saltou, portanto, de 267.000 para 500.000 reais. No entanto, nem todas as companhias receberam investimento: a taxa é de 45%. O aporte não é a única medida de sucesso, mas ajuda a iluminar a situação, já que as empresas que engatinham em geral buscam capital para desenvolver rapidamente seus negócios.
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Nos doze meses do programa da Turma 2, encerrados em junho, foram registrados outros indicadores de avanço. Por exemplo: a receita somada das empresas saltou. Durante todo o ano de 2014, elas faturaram 9,8 milhões, cifra superada nos sete primeiros meses de 2015, período que totalizou cerca de 11 milhões de reais. Setenta e quatro por cento das companhias já têm receita própria – ante 65% das startups ao final do encerramento da primeira turma, em outubro do ano passado. As 49 companhias iniciaram a segunda turma com média de 3,6 empregados e encerram o programa com 8,7 colaboradores.
Aprendemos muito com as duas primeiras turmas”, diz Vitor Andrade, gestor Softex para o Start-Up Brasil. “Hoje, entendemos mais o que as startups precisam e em cada fase de desenvolvimento.”
O governo federal manteve praticamente a mesma força no programa, um investimento de 9,1 milhões de reais, média de 185.000 reais pago a cada startup por meio de uma bolsa de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O empenho das aceleradoras também foi semelhante nas duas turmas, em torno de 1,8 milhão de reais cada.
Durante cerca de um ano, as 49 empresas receberam os recursos do governo federal e das aceleradoras para desenvolver seus negócios. Ao Start-Up Brasil coube a responsalidade de injetar recursos, oferecer redes de contato e estabelecer metas de evolução. Às aceleradoras cabia abrigar fisicamente os empreendedores, oferecer orientação de especialistas e lapidar os negócios. Pelo programa, já passaram negócios nascentes nas áreas de educação, varejo, comunicação, logística, eventos, saúde e entretenimento.
O Start-Up Brasil continua. Além das duas primeiras turmas já “formadas”, outras duas estão no meio do programa. No total, a iniciativa deve consumir cerca de 35 milhões de reais e colaborar no desenvolvimento de 185 empresas.
A divisão de responsabilidades entre Start-Up Brasil e aceleradoras é obrigatória, prevista na regulação do programa federal. Para participar, as empresas aspirantes precisam ser aprovadas por processos de seleção dos dois lados. A dupla aprovação procura aumentar as chances de os empreendimentos atenderem a interesses estratégicos, definidos pelo governo, e de mercado. Para a seleção, são analisados critérios como modelo de negócio, solução proposta e equipe das startups. Já se inscreveram no programa 2.855 empresas do Brasil e do exterior.
– | Turma 1 | Turma 2 |
Empresas inscritas | 908 | 709 |
Empresas apoiadas pelo programa | 45 | 49 |
Recursos federais investidos | R$ 8,9 milhões* | R$ 9,1 milhões |
Recursos de investidores | R$ 10,3 milhões* | R$ 24,5 milhões |
Aumento do número de funcionários das empresas participantes | 63% | 141% |