Países cuja língua oficial não é o inglês poderão adotar o uso de endereços na internet em sua linguagem local. O órgão regulador de domínios na rede (Icann), tem convidado nações no mundo inteiro para participar da “internacionalização” da internet, incentivando a criação de endereços baseados em caracteres de origem não latina, como é o caso do árabe ou chinês, por exemplo.
O ministro de Comunicações do Egito,Tarek Kamel, encarou a decisão do órgão com bastante entusiasmo e afirmou que a iniciativa levará ao mundo a língua árabe. Todos os países poderão utilizar o seu alfabeto local na criação de endereços e a expectativa é de que o primeiro domínio não latino vá ao ar em 2010.
Peter Dengate Thrush, presidente do conselho do Icann, ressaltou a importância de transformar a internet em um local mais democrático. “Essa será a maior mudança na rede desde que ela foi inventada há 40 anos”, explicou Thrush. “Mais da metade dos usuários da internet no mundo inteiro não falam línguas baseada no latim”, lembrou Rod Beckstrom, presidente do órgão.
Cerca de 1,6 bilhão de pessoas que acessam a rede são adeptas de alfabetos cuja referência não é o latim.
Alguns países como China e Tailândia criaram aplicativos que permitem a população acessar a internet digitando os endereços em sua língua local. A “gambiarra”, não aprovada até o momento pelo comitê regulador, atende parte dos usuários, mas não funciona em todos os computadores.
Com a mudança, os domínios egípcios, por exemplo, poderão ser identificados na rede pela terminação “.masr”, escritos no alfabeto árabe, e traduzidos como “.Egito”. Os primeiros endereços não latinos poderão ser acessados a partir do próximo ano.