Plantar, colher e cultivar sua própria fazenda; assumir o papel de um mafioso envolvido em trapaças milionárias; criar receitas e gerenciar o próprio restaurante – tudo isso dentro das redes sociais da internet, fique claro, e com a ajuda dos amigos virtuais. Os chamados social games – jogos que reúnem grupos de participantes – vêm avançando dentro das redes. Dessa forma, esses ambientes ampliam a função original de interação entre usários por meios de mensagens e recados. É o império do lazer.
Os social games avançam a cada dia graças aos objetivos simples de cada jogo: diversão, competição e cooperação entre amigos para alcançar prestigío em um determinado grupo. Eles dependem também do ambiente em que estão disponíveis. “O sucesso de cada game é associado à popularidade do próprio site. Assim, quanto mais amigos jogando, mais interessante se torna o aplicativo, pois há maior possibilidade de competição entre os usuários”, explica Raquel Recuero, pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel).
Relaxamento – Um dos maiores sucessos do segmento provém do Facebook, rede que acaba de atingir a marca de 300 milhões de usuários cadastrados. Lançado há pouco mais de quatro meses, o Farmville oferece ao usuário a possibilidade de cultivar uma fazenda virtual – e já reúne mais de 60 milhões de “fazendeiros” ao redor do mundo. “Jogo o Farmville há dois meses, e a prática quase diária se tornou para mim uma maneira de relaxar”, diz a bancária Daniela Borracha. “Administrar um ambiente, ainda que virtual, me motiva a permanecer no jogo”, completa.
Para Mark Pincus, fundador da empresa Zynga e um dos criadores do Farmville, os social games oferecem uma nova modalidade de diversão. “Trata-se de uma nova experiência social: queremos conectar o mundo por meio dos jogos”, diz.
Orkut – No Brasil, o social game mais famoso está disponível na mais popular rede do país: o Orkut. O Buddy Poke pegou em meados de 2008 entre os brasileiros. Seu funcionamento é simples: trata-se de um avatar que pretende simular ações e expressões do usuário, como abraçar, beijar e até fazer cócegas nos amigos. Atualmente, cerca de 39 milhões de usuários possuem o aplicativo instalado em suas páginas pessoais do Orkut.
Mas os bem-sucedidos social games também apresentam problemas. A falta de desafios, típicos dos jogos eletrônicos tradicionais, e também a lentidão podem limitar seu crescimento contínuo. “Para manter o interesse dos usuários, os jogos precisam sofrer contínuas atualizações. Caso contrário, as pessoas que inicialmente o utilizavam podem ficar cansadas do aplicativo”, defende Recuero. Já a lentidão, verificada em alguns social games, é fruto da explosão do número de jogadores, que acessam a atração simultaneamente.
Os ‘social games’ mais populares Os aplicativos de maior sucesso na rede
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* Estatísticas dos sites do Facebook e Orkut até 26/10/2009