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Facebook vai limitar alcance de páginas antivacinas

Campanha é para reduzir desinformação sobre o tema

Por Da redação
Atualizado em 7 mar 2019, 17h12 - Publicado em 7 mar 2019, 17h05
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  • O Facebook criou uma ferramenta para combater as fake news e desinformação a respeito de vacinas em seu feed de notícias, para reduzir a distribuição de conteúdos que forneçam versões distorcidas de conteúdo aos leitores, dando preferência sempre a fontes oficiais.

    Uma série de ações serão tomadas para o combate à desinformação. Haverá uma redução no ranking de grupos e páginas que espalhem fake news sobre vacinas nos feeds de notícias, além de excluí-las da ferramenta de busca. O Facebook também prometeu rejeitar anúncios que contenham informações incorretas sobre vacinas.

    A rede social também promete não mostrar ou recomendar conteúdos que tenham desinformações sobre vacinas no Instagram Explore ou em páginas de hashtag. Para pessoas que entrem em contato com essas páginas ou grupos, o Facebook promete compartilhar informações educativas sobre vacinas.

    Organizações líderes em saúde global, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e centros americanos de Controle e Prevenção de Doenças, estão identificando os boatos sobre vacinas, que serão combatidos pelo Facebook.

    No passado difundiu-se que a vacina contra sarampo, rubéola e caxumba provoca autismo. Duas décadas atrás, a revista científica Lancet publicou artigo do então médico inglês Andrew Wakefield com dados de uma pesquisa com doze crianças que tinham traços da patologia. Em comum, anunciou o pesquisador, elas carregavam no corpo vestígios do vírus do sarampo — causado, supostamente, pela vacina. Bastou a afirmação espalhar-se para cair a imunização de crianças contra o sarampo em diversos países. Mais de vinte estudos científicos foram publicados desde então, todos desmentindo a relação da vacina com o autismo, mas o estrago continua. Passados dez anos, após a descoberta de um erro do estudo — nenhum dos menores tinha, na verdade, vestígio de sarampo —, a Lancet se retratou sobre a pesquisa, cujo conteúdo, ressaltou, era “totalmente falso”. Wakefield perdeu o registro profissional, mas o mito reverbera até hoje.

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    E chegou ao Brasil, que já foi exemplo mundial pela sua capacidade de fazer campanhas de vacinação em massa bem-sucedidas. Graças a essa competência, o país livrou-­se da febre amarela urbana em 1942, da varíola em 1971, do tétano neonatal em 2003 e, mais recentemente, da rubéola. A poliomielite, que causa a paralisia infantil, está eliminada do Brasil desde 1989. Hoje em dia, porém, em parte por causa da disseminação de fake news que dizem que vacina faz mal e outras tolices, o Brasil está deixando de ser exemplo e, pior, está lidando com a possibilidade da volta de algumas doenças — inclusive da poliomielite.

    No início de 2018, a campanha de vacinação contra a febre amarela em São Paulo começou como um fracasso. De acordo com os cálculos do infectologista David Uip, secretário de Saúde de São Paulo na época, a boataria digital foi um dos principais motivos para que até abril, no auge da transmissão, a dose tenha sido distribuída a apenas 5 milhões dos 9 milhões de pessoas pretendidas pelo governo.

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