Facebook estuda manter conteúdo falso sobre Covid-19 em suas plataformas
Meta, empresa responsável pela rede social, avalia alternativas, como colocar um aviso ou rebaixar o conteúdo no ranking do algoritmo
Pouco mais de dois anos após adotar a política de excluir de suas plataformas qualquer informação falsa sobre a pandemia de Covid-19, o Facebook estuda rever seu posicionamento. A principal possibilidade é permitir que esses conteúdos sejam veiculados nas redes sociais, mas com algum indicativo de que se trata de dados falsos, ou simplesmente rebaixando o post no ranking de seu algoritmo. De acordo com Nick Clegg, presidente de assuntos globais, a mudança deve ser feita agora, “à medida que muitos, embora não todos, países ao redor do mundo buscam retomar uma vida mais normal”.
Para decidir, a Meta, o conglomerado que controla o Facebook, pediu uma avaliação de seu conselho auto-regulador criado em maio de 2020. O objetivo é, segundo a empresa, evitar a tomada de uma decisão errada “ao resolver a inerente tensão entre liberdade de expressão e segurança”. Após a emissão da opinião do conselho, a Meta tem 60 dias para divulgar ao público quais as políticas que pretende adotar.
“Estamos solicitando uma opinião consultiva do conselho de supervisão sobre se as medidas atuais da Meta para lidar com a desinformação do Covid-19 sob nossa política de desinformação prejudicial à saúde continuam sendo apropriadas ou ou se devemos abordar essa desinformação por outros meios, como rotulá-la ou rebaixá-la diretamente ou por meio de nosso programa de checagem de fatos de terceiros”, afirmou Nick Clegg.
Analistas veem com desconfiança a movimentação da Meta, que poderia estar apenas buscando um aval para uma decisão que será impopular.