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Facebook? Dedão para baixo

A rede de todas as redes se viu envolvida numa polêmica que atingiu sua credibilidade e suas finanças

Por Filipe Vilicic Atualizado em 4 jun 2024, 16h03 - Publicado em 21 dez 2018, 07h00
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  • selo-retrospectiva-2018“Foi meu erro e peço desculpas.” O depoimento concedido ao Congresso dos Estados Unidos em abril por Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, resume o ano vivido pela maior das redes sociais. Sua postura cabisbaixa, como se vê na foto desta página, refletia o peso do mais grave escândalo que já afetou a companhia desde sua fundação, em 2004. A rede de todas as redes se viu envolvida numa polêmica que atingiu sua credibilidade e suas finanças.

    Em março, os jornais The New York Times, The Guardian e The Observer revelaram que dados de quase 90 milhões de pessoas haviam sido indevidamente usados para municiar a consultoria inglesa Cambridge Analytica na manipulação de eleitores, em 2016, na campanha pelo Brexit e em favor de Donald Trump, por meio do Facebook.

    A notícia fez com que a empresa chegasse a perder em torno de 100 bilhões de dólares em valor de mercado e recebesse multas em países como a Itália, onde a punição alcançou 10 milhões de euros. Depois do caso, houve ainda uma série de revelações embaraçosas:

    • em setembro, o Facebook não conseguiu impedir que hackers acessassem 30 milhões de contas de usuários;

    • dois meses depois, um comitê do Parlamento britânico publicou e-mails de executivos da companhia pelos quais se descobriu que o Facebook manobrava informações dos usuários para prejudicar rivais, como o Twitter;

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    • no mesmo período, revelou-se que Sheryl Sandberg, a segunda no comando da empresa, encomendara uma investigação sigilosa sobre o bilionário, investidor e filantropo húngaro George Soros, conhecido crítico das redes sociais;

    • na terça-feira 18, documentos obtidos pelo The New York Times mostraram que o Facebook permitiu ao serviço de busca da Microsoft acessar os nomes de virtualmente todos os amigos dos usuários cadastrados, sem consentimento. Além disso, deu ao Spotify e à Netflix a capacidade de ler as mensagens privadas — sempre sem autorização.

    As iniciativas de Zuckerberg para evitar que esses problemas se repitam foram, até agora, apenas marqueteiras. O projeto para conter a onda de fake news, por exemplo, fracassou, não triscou na avalanche de mentiras difundidas pela rede.

    Publicado em VEJA de 26 de dezembro de 2018, edição nº 2614

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