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‘Chef’ robô aprende a criar receitas assistindo a vídeos de comida

O cozinheiro cibernético foi capaz de reconhecer oito pratos e criar mais um ao fim do experimento

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jun 2023, 15h31 - Publicado em 6 jun 2023, 14h49

Quem nunca sonhou em ter um amigo robô executando tarefas domésticas básicas que atire a primeira pedra. É verdade que já temos robôs aspiradores, cafeteiras e máquinas de pães programáveis e uma série de outros apetrechos tecnológicos capazes de facilitar a vida, mas agora imagine um chef de cozinha robótico capaz de preparar refeições aprendidas com vídeos de culinária. Pois é algo desse tipo que pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, estão tentando criar

O grupo treinou um robô para assistir a vídeos de culinária e depois reproduzir os pratos. O chef cibernético foi programado com um livro de oito receitas muito simples, em sua maioria saladas. Após assistir ao vídeo de um humano cozinhando os pratos, o robô foi capaz de identificar as receitas e reproduzi-las, além de notar pequenas variações no prato. Ao final do experimento, o robô criou, inclusive, uma nova receita, o que indica que ele foi capaz de aumentar gradualmente seu repertório.

Embora robôs cozinheiros apareçam na ficção científica há décadas, esse tipo de tecnologia pode ser desafiadora. Inúmeros protótipos foram criados com esse propósito, mas nenhum chegou a ser disponibilizado comercialmente em larga escala. Isso porque os cozinheiros metálicos não conseguem emular de forma satisfatória as habilidades humanas. Cozinheiros humanos, por exemplo, conseguem aprender facilmente novas receitas a partir da experimentação ou da observação, seja de outros cozinheiros ou de vídeos e livros de receitas, mas programar um robô com essas competências pode ser caro, envolver tecnologias avançadas e demorar muito tempo. 

No caso do robô de Cambridge, os pesquisadores criaram e filmaram a produção de oito receitas. Eles então usaram uma “rede neural”, um tipo de inteligência artificial, disponível publicamente. Essa rede foi programada para identificar objetos, como facas e colheres, e ingredientes, como as frutas, verduras e legumes usados nas saladas. Com recursos de visão computacional, o robô analisou os vídeos quadro a quadro e demonstrou ser capaz de identificar satisfatoriamente os recursos necessários para o preparo dos alimentos. Tanto as receitas quanto os vídeos foram convertidos em vetores e o robô realizou operações matemáticas para determinar a semelhança entre as demonstrações e os vetores. 

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Ao fazer isso e identificar corretamente os ingredientes e ações do cozinheiro humano, o chef robótico poderia identificar qual das oito receitas estava sendo preparada, além de inferir ações futuras. Por exemplo, se o humano do vídeo estivesse segurando uma faca em uma mão e uma maçã em outra, o robô seria capaz de entender que a maçã poderia estar prestes a ser picada. Dos vídeos que assistiu, o cozinheiro eletrônico identificou a receita correta em 93% das vezes. Ele também foi capaz de detectar pequenas diferenças em uma receita, como fazer uma porção dupla ou um erro humano normal, interpretando-as como variações e não uma nova receita. O robô também reconheceu corretamente a demonstração de uma nova nona salada, adicionou-a ao seu livro de receitas e a preparou.

Os vídeos usados ​​para treinar o chef robô não são como os vídeos de comida feitos por alguns influenciadores de mídia social, que são cheios de cortes rápidos e efeitos visuais. Nessas situações, o robô teria dificuldade para identificar uma cenoura se o demonstrador humano tivesse a mão em volta dela – para o robô identificar a cenoura, ela teria que ser segurada de forma que fosse capaz de ver o vegetal inteiro. Os pesquisadores acreditam, no entanto, que conforme os robôs desse tipo ficam mais ágeis e competentes na identificação de ingredientes, mais eles podem ser capazes de usar vídeos do Youtube, por exemplo, para aprender novas receitas.  

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