Ao lado de um muro de um conhecido café em Vancouver, cidade da costa oeste do Canadá popular entre os empresários de internet, já se encontra em funcionamento o primeiro caixa automático da moeda virtual bitcoin. A máquina, fabricada pela empresa americana Robocoin, foi inaugurada na terça-feira e é parecida com um caixa eletrônico de banco. Ao invés das transações tradicionais, contudo, ela serve para trocar dólares canadenses por bitcoins, a moeda virtual criada em 2008 por um anônimo, conhecido apenas pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto.
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Usuários fizeram fila diante do caixa, antes de recorrer aos smartphones para comprar bebidas e doces no café Waves. O caixa automático de bitcoins é o primeiro em seu estilo no mundo, segundo um de seus donos, Mitchel Demeter, um empreendedor local que começou a trocar bitcoins há alguns anos e, em 2013, inaugurou, com dois sócios, a Bitcoiniacs, uma casa de câmbio para esta moeda em Vancouver.
Demeter e os amigos dizem que viram na possibilidade de desenvolver os caixas eletrônicos uma oportunidade de negócios. “Ninguém tinha acesso a um caixa automático e todo mundo comprava e vendia em sites on-line”, afirma o empreendedor. Os usuários têm um código, similar ao cartão bancário regular, para acessar sua conta na internet de bitcoins no caixa. Podem sacar o equivalente à moeda local com base em uma taxa de câmbio, que atualmente calcula um bitcoin por 200 dólares, ou depositar dinheiro em espécie. A transferência dos dólares é feita por meio do VirtEx, um sistema de transações monetárias na internet.
As pessoas podem usar os bitcoins com um smartphone, de maneira similar a que utilizariam um cartão de crédito, ou para comprar on-line. “É a moeda da internet, tão real como qualquer outra”, explica Demeter. A volátil moeda ainda não foi regulamentada por nenhum governo no mundo e ganhou certa notoriedade por ter sido usada no tráfico de drogas. A Alemanha foi o primeiro país a declarar os bitcoins uma “moeda privada”, um status que permite taxar transações. Em Vancouver, os bitcoins são aceitos por 15 estabelecimentos, de cafés a empresas de paisagismo. A moeda é cada vez mais comum em cidades como Berlim e São Francisco. Também é aceita por empresas de internet, como a plataforma de blogs WordPress.
O empresário David Lowy usou o smartphone para transferir 0,01 bitcoin ao café Waves para pagar uma xícara de café, equivalente a 2 dólares canadenses. Um dos primeiros usuários do caixa foi Mike Yeung, estudante de negócios na Universidade Simon Fraser, onde ajudou a criar o clube universitário de bitcoin, uma das várias comunidades do tipo no mundo. “O objetivo do clube é educar as pessoas sobre o bitcoin para que possam introduzir a moeda em sua vida diária. Acredito que os bitcoins são o futuro, porque garantem máximo valor e eficiência”, explicou Yeung. O estudante acredita que o bitcoin poderá ser usado para transferir dinheiro de forma econômica ao redor do mundo, como atualmente a internet permite a comunicação das pessoas entre locais distantes com aplicativos como o Skype.
(Com agência France-Presse)