“O Brasil tem uma cultura única, com design e construções espetaculares, mas nós nunca vimos um game de sucesso sair do país”, afirmou Nolan Bushnell, fundador da empresa de videogames Atari, durante a Campus Party. Para o executivo e desenvolvedor, o país ainda precisa mostrar o seu potencial para o mercado, hoje dominado por empresas instaladas nos Estados Unidos e no Japão.
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Durante a coletiva de imprensa que antecedeu sua palestra na Campus Party, Bushnell também falou sobre o crescimento do mercado de games para dispositivos móveis, como tablets e smartphones. “Esse é um mercado extraordinário, e com muito potencial”, disse. “Ele ficara muito mais interessante quando todas as pessoas estiverem conectadas e jogando em um mesmo ambiente. Juntas e ao mesmo tempo.”
Bushnell acredita que a chave para o futuro na indústria dos games está na realidade aumentada, que permite ao usuário interagir com o ambiente a partir da câmera de seu dispositivo móvel. “Logo mais, nossa missão será combater criaturas nesta mesma sala. Se não as destruirmos, elas vão consumir a todos aqui. Parece violento, mas seria muito divertido”, apontou o executivo ao lembrar que a tecnologia já existe, mas ainda não teve uma boa aplicação.
A educação também foi um dos tópicos do executivo, que também é autor do game Pong, um dos primeiros títulos comerciais do mercado. Para Bushnell, os jogos obrigam o usuário a se concentrar mais nas tarefas, o que ajuda na memorização. “Os games são a melhores ferramentas para o aprendizado. É possível aprender entre 10 e 20 vezes mais rápido do que por meios tradicionais”, explicou.
Sobre a Atari, que entrou com um pedido de falência no dia 21 de janeiro, ele disse apenas que a empresa sempre passou por problemas financeiros, mas que acredita em um possível ressurgimento da marca em um futuro próximo.