O serviço de locação de quartos, apartamentos e casas Airbnb anunciou nesta terça-feira o início de suas operações no Brasil. A empresa, cuja sede fica em São Francisco, nos Estados Unidos, acredita no potencial do país e vê na Copa do Mundo e na Olímpiada, dois eventos globais que atraem milhares de turistas de todo o mundo, grandes oportunidades de negócio.
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O Airbnb foi fundado em 2008 e desde então oferece opções de locação no Brasil. A abertura de um escritório local e a contratação de dois executivos, o brasileiro Stefan Schimenes e o alemão Christian Gessner, contudo, são uma resposta à necessidade de aumentar a sua base de imóveis na região. Atualmente, 4.000 espaços, entre quartos, apartamentos e casas, estão disponíveis para locação em todo o país, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Segundo a companhia, o Brasil é um dos mercados que mais cresce entre os 192 países onde o serviço está disponível. Em 2011, mais de 33.000 diárias foram reservadas pelos anfitriões locais. Outros 52.000 brasileiros usaram o serviço para buscar hospedagem alternativa no exterior.
Diferente de outras soluções similares, como o francês Homelidays, lançado em 2000, o Airbnb possui uma plataforma on-line através da qual são realizadas as transações entre proprietário e locatário. O sistema garante a segurança no processo de pagamento e também permite ao usuário avaliar o espaço de acordo com as características ofertadas no site do serviço.
Embora as operações comecem enxutas no país, a expectativa é de que novas contratações ocorram em breve. O sistema de atendimento ao usuário, que atualmente funciona nos Estados Unidos via telefone, e-mail e FAQ (perguntas e respostas), também será oferecido em português no Brasil.
No exterior, o Airbnb oferece uma garantia no valor de até 50.000 dólares, caso algum problema ocorra com o espaço alugado ou com os bens pessoais de quem o disponibilizou no site da companhia. O seguro, contudo, só em válido para dezesseis países: Estados Unidos, Canadá, Austrália, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Holanda, Dinamarca, Suécia, Noruega, Islândia e Finlândia. “No Brasil, vamos oferecer essa garantia no futuro”, diz Gessner, um dos executivos contratados por Brian Chesky, CEO do Airbnb, para tocar a operação no país.
“Nossa empresa segue os preceitos da nova economia do compartilhamento e escolhemos o Brasil para sediar nosso escritório na América Latina porque queremos aproveitar o momento. Muitas companhias estão se estabelecendo no país e sabemos da demanda por hospedagem durante a Copa do Mundo e Olímpiada”, afirma Chesky. “A conexão on-line, que resulta em uma relação off-line, é uma tendência global. Os brasileiros são muito sociais e hospitaleiros e por isso nossa expectativa é de que o serviço os incentivem a viajar mais.”
O ator Ashton Kutcher é dos investidores do Airbnb, cujo valor aproximado de mercado é de 1 bilhão de dólares. O ator vive em uma casa alugada pelo sistema. A principal fonte de renda no serviço, no entanto, está na margem cobrada em cada transação. Segundo os executivos, cerca de 10% do valor pelo qual o espaço foi alugado fica com o site na forma de uma comissão.
Para garantir a credibilidade do site, o serviço oferece um recurso de fotografia gratuito aos cadastrados. Um fotógrafo vai até o imóvel em questão, faz o registro da dependência, e então disponibiliza o material com um selo de verificação.
Atualmente, o Airbnb possui 10 escritórios em todo o mundo. Na América Latina, as operações serão centralizadas em São Paulo. O serviço também possui um aplicativo, em português, para iPhone, iPad e iPod. A versão para Android, o sistema operacional do Google, será lançada em breve.
O Airbnb não é pioneiro na oferta de quartos, apartamentos ou imóveis através de uma plataforma on-line. Além do Homelidays, outros sites, como CouchSurfing e Homeaway, oferecem soluções similares em todo o mundo.
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