O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou, na tarde desta quarta-feira, 25, os estados que não seguem as definições do Plano Nacional de Imunizações (PNI) na campanha de vacinação contra a Covid-19 e reforçou que é preciso defender a “soberania” do PNI. “Se cada um quiser criar um regime próprio, o Ministério da Saúde, lamentavelmente, não terá condição de entregar doses de vacinas”, alertou Queiroga, em coletiva realizada para esclarecer sobre a aplicação da dose de reforço.
Nesta manhã, o Ministério da Saúde anunciou o início da aplicação da dose de reforço em idosos a partir de 70 anos que completaram o esquema de imunização há pelo seis meses e de pessoas imunodeprimidas que receberam a segunda dose há, no mínimo, 28 dias. A previsão da pasta é iniciar a terceira dose nesse público na segunda quinzena de setembro.
No entanto, logo após o comunicado, o estado de São Paulo divulgou um calendário diferente, com a oferta do reforço para todos os idosos com mais de 60 anos, a partir do dia 6 de setembro. O governo paulista também ainda não incluiu a terceira dose para imunodeprimidos, mas disse que avalia como fazer isso. Não é a primeira vez que há divergência entre o governo federal e os estados. Enquanto a pasta não autorizou o início da vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, São Paulo e outros estados já iniciaram a imunização deste público.
Queiroga classificou como “demagogia vacinal” estados que anunciam a vacinação de públicos que ainda não foram incluídos no calendário do governo federal. “Se for diferente, vai faltar dose mesmo e não vale ir para a justiça. O direito de ir para a justiça é universal, mas o juiz não vai assegurar dose que não existe”, afirmou o ministro. “O que nós queremos aqui é que nossa campanha siga de maneira equânime, atendendo todos os estados. O Brasil é uma só nação, é um só povo. Não adianta um estado estar vacinando [pessoas] com 18 anos e outro com 30 [anos]. Não da para fazer assim”, complementou.
Além de iniciar a administração do reforço em pessoas consideradas mais vulneráveis devido ao tempo de vacinação e a um sistema imunológico mais fraco, a pasta também decidiu reduzir o intervalo entre as doses das vacinas da Pfizer-BioNTech e Oxford-AstraZeneca de 12 para 8 semanas. As decisões buscam conter o avanço da variante Delta e evitar no Brasil um cenário semelhante ao dos Estados Unidos, Israel e Reino Unido, que enfrentam novos surtos da doença.
As vacinas atuais são altamente eficazes contra o coronavírus, incluindo a Delta, desde que o regime de imunização esteja completo. Até esta quarta-feira, 25, apenas 27,3% dos brasileiros estão totalmente imunizados com duas doses ou a injeção única da Janssen.
Confira o avanço da vacinação no Brasil: