“Nosso trabalho revelou que a vacina eliminou todas as células cancerígenas portadoras desta variante genética em 17 dos 18 pacientes inoculados”
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Uma vacina experimental permitiu prolongar em mais de 70% a vida de pacientes vítimas do tumor cerebral mais agressivo, o glioblastoma. De acordo com um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology, a medicação bloqueia uma variante do gene EGFRvIII (ativa na multiplicação das células cancerígenas), permitindo que as pessoas que sofrem desse tipo de câncer vivam até 11 meses mais. O reaparecimento do tumor nos pacientes imunizados também leva mais tempo para se manifestar: de 6,3 meses para 14,2 meses.
“Aproximadamente um terço de todos os glioblastomas contêm este gene responsável pela agressividade dos tumores”, diz o médico John Sampson, professor de neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Duke, nos Estados Unidos, que ajudou na pesquisa. “Nosso trabalho revelou que a vacina eliminou todas as células cancerígenas portadoras desta variante genética em 17 dos 18 pacientes inoculados”, afirma Darell Bigner, diretor do Centro de Tumores Cerebrais da Universidade Duke e principal autor do estudo.
O trabalho envolveu 35 pacientes, dos quais 18 foram vacinados. Todos passaram por cirurgia, radiologia e quimioterapia, e foram inoculados um mês após o fim dos tratamentos. Os médicos continuaram aplicando a vacina pelo tempo considerado necessário e constataram que a vacina estimulou uma resposta imunológica em aproximadamente metade dos pacientes vacinados.
(Com agência France-Presse)