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Trabalhar em horários irregulares prejudica a cognição

Expediente em turnos alternativos leva a um declínio das habilidades cognitivas, como se o cérebro tivesse cerca de 6 anos a mais. Prejuízos só podem ser revertidos após cinco anos

Por Da Redação
4 nov 2014, 07h43

Trabalhar em turnos alternativos – como durante a madrugada ou em horários irregulares – durante muitos anos reduz o funcionamento do cérebro e pode levar a problemas cognitivos, como danos à memória e ao raciocínio. Se isso for feito por até uma década, o cérebro “envelhece” cerca de 6 anos, mostra um novo estudo feito por pesquisadores franceses e publicado nesta segunda-feira na revista científica Occupational & Environmental Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Chronic effects of shift work on cognition: findings from the VISAT longitudinal study

Onde foi divulgada: periódico Occupational & Environmental Medicine.

Quem fez: Jean-Claude Marquié, Philip Tucker, Simon Folkard, Catherine Gentil e David Ansiau

Instituição: Universidade de Toulouse, na França, entre outras

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Resultado: Trabalhar, estudar ou realizar outras atividades em turnos alternativos pode reduzir o funcionamento do cérebro e levar a problemas cognitivos, como danos à memória e ao raciocínio.

De acordo com a pesquisa, o efeito negativo do trabalho em turnos alternativos é maior caso essa rotina seja mantida por mais de dez anos. Caso o hábito seja interrompido, tais danos podem ser revertidos – no entanto, a melhora pode levar cinco anos para ocorrer.

Pesquisas feitas anteriormente já mostraram que trabalhar, estudar ou realizar outras atividades em turnos alternativos afeta negativamente o relógio biológico, o que pode levar a problemas cardiovasculares e a síndromes metabólicas, como o diabetes e a obesidade. No entanto, ainda não havia sido feito um estudo sobre o efeito desse tipo de rotina sobre o cérebro.

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O novo estudo incluiu 3 200 moradores da França entre 32 e 62 anos que trabalhavam ou que já haviam se aposentado. Os pesquisadores aplicaram nos participantes testes cognitivos para avaliar a memória de curto prazo e a velocidade para processar novas informações em três momentos: em 1996, em 2001 e em 2006.

Segundo os resultados, pessoas que trabalhavam em turnos alternativos ou em horários irregulares apresentaram uma piora da habilidade cognitiva ao longo dos anos em comparação com os indivíduos que tinham empregos com horários fixos. De acordo com os pesquisadores, é como se o cérebro daqueles que dormiam de dia e trabalhavam à noite tivesse cerca de 6 anos a mais, apresentando declínio cognitivo. Os cientistas também perceberam que as habilidades só voltavam ao normal depois de cinco anos sem turnos alternativos.

“O declínio cognitivo que observamos no estudo não é um sinal de alerta somente para as pessoas que trabalham em turnos, mas para a sociedade como um todo, já que cada vez mais aumenta o número de postos de empregos com horários irregulares”, escreveram os pesquisadores no artigo.

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