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Teste ergométrico terá de ser acompanhado por médico

Resolução do CFM pretende diminuir o número de acidentes que ocorrem durante os exames, que, muitas vezes, não contam com a supervisão de um profissional do começo ao fim

Por Da Redação
27 set 2013, 11h36

Uma nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial determina que o exame ergométrico, usado para avaliar a resposta do organismo a exercícios físicos e identificar problemas cardíacos, terá de ser presenciado por médicos durante todo o tempo.

“Os exames perderam em muito a qualidade e, pior, os acidentes durante sua realização estão aumentando”, afirma Nabil Ghorayeb, diretor científico do Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ele diz que, até agora, o que ocorria durante os testes ergométricos era semelhante ao que acontecia há alguns anos com as anestesias: um médico era responsável por acompanhar, simultaneamente, três ou quatro pacientes. “Se dois passam mal ao mesmo momento, quem ele vai socorrer?”.

Os testes ergométricos são o primeiro passo para a prescrição de exercícios físicos e devem ser precedidos por uma consulta médica. “De certa forma, o exame expõe o paciente a riscos. O médico tem de estar lá, para saber o limite de esforço a que ele pode submeter o paciente”, afirma Gorayeb.

Mortes – De acordo com as estatísticas, uma em cada 10.000 pessoas que fazem o teste morrem por causa do exercício. “É um evento raro, mas que tem de ser considerado”, defende o médico. Quando o exame é mal feito, há ainda um risco de o resultado não identificar uma eventual contraindicação para a atividade física.

Os protocolos do exame, diferenciados de acordo com a idade, também muitas vezes não são seguidos. “Não é incomum usarem o exame padrão tanto para jovens como para adultos e idosos.” Com isso, pessoas de idade avançada muitas vezes fazem o teste em velocidade acima da que seria ideal.

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A tática de usar um médico para vários pacientes foi ampliada nos últimos anos pelas clínicas, como uma estratégia para driblar o preço pago pelos convênios. Em média, o repasse é de 60 reais. “Para dar maior lucratividade, as empresas encurtam o tempo de cada teste e reduzem o número de médicos”, afirma Gorayeb. O ideal seria fazer dois exames por hora, mas muitas clínicas fazem quatro.

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Além de eventuais problemas durante a realização do exame, médicos muitas vezes encurtam o período em que o paciente teria de permanecer sob observação após a realização do teste. “Muitas vezes, os problemas são identificados neste momento”, diz o médico. Pelo protocolo, é preciso esperar seis minutos. Na prática, muitas vezes, os profissionais esperam apenas dois. “Economizando quatro minutos por paciente, em pouco tempo já é possível encaixar mais um exame”.

A resolução do CFM diz ainda que o médico que vai acompanhar o teste precisa ter um treinamento específico.

(Com Estadão Conteúdo)

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