Risco de propagação do vírus zika na Rio 2016 é baixo, diz EUA
Órgão americano alertou que os Jogos poderiam levar a doença a quatro países que ela ainda não chegou. Isso, contudo, não justificaria o adiamento
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos publicou na quarta-feira um relatório dizendo que o risco global de que a Olimpíada amplifique a transmissão do vírus da zika é baixo. No entanto, o CDC alertou que os Jogos poderiam levar a doença a países que ele ainda não chegou.
Segundo o levantamento, 19 países que não possuem hoje a presença do vírus zika teriam as condições ideais para um surto, se a doença for “importada” dos Jogos Olímpicos por seus atletas e delegações. Mas em apenas quatro deles, o risco é substancial: Iêmen, Chade, Djibuti e Eritreia.
O levantamento foi feito a partir de uma série de fatores, como viagens entre o Rio e diversos países pelo mundo e diante da presença do mosquito vetor da doença. A constatação é de que esses quatro países hoje tem uma relação praticamente inexistente com outros países com o vírus.
Apenas uma dezena de pessoas de cada um desses locais irá ao Brasil para os Jogos. Mas isso já seria suficiente, nesses casos, para que a doença seja importada para locais “virgens”. O CDC aponta que isso não significa que surtos vão surgir nesses novos países. Mas, ainda assim, alerta para o risco.
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A análise do CDC mostra que os visitantes esperados a comparecer aos Jogos Olímpicos, que devem somar de 350 mil a 500 mil, representam menos de 0,25% de todos os turistas que viajaram em 2015 para áreas afetadas pelo zika no mundo.
“A contribuição relativa da Olimpíada é realmente muito pequena”, afirmou Martin Cetron, diretor da divisão do CDC que cuida de migração global e quarentena. Além disso, Cetron ressaltou que o Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus, deve estar em baixa durante os Jogos, já que o evento acontecerá durante o inverno. As observações do CDC dão suporte à conclusão que a Organização Mundial de Saúde (OMS) chegou no mês passado: não há necessidade de adiamento das Olimpíadas.
No mês passado, a Organização Mundial da Saúde deixou claro que não recomendaria a suspensão dos Jogos, como pediram um grupo de cientistas. Para a entidade, realizar ou não o evento não teria um impacto na disseminação do vírus zika pelo mundo.
(Estadão Conteúdo)