A redução em 30% no consumo de carnes processadas pode resultar em uma diminuição significativa na incidência de diabetes tipo 2, doenças cardíacas e câncer de intestino, de acordo um novo estudo publicado na revista científica The Lancet.
Os pesquisadores das Universidades de Edimburgo, na Escócia, e da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, analisaram dados de saúde e nutrição de adultos americanos coletados entre 2015 e 2018, incluindo informações detalhadas sobre os hábitos alimentares, saúde geral e a prevalência de várias doenças crônicas. Cruzando esses dados, os cientistas criaram modelos de simulação que estimam o risco de desenvolver doenças como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e câncer de intestino com base nos padrões de consumo de carnes processadas.
Resultados do estudo
Para entender melhor o impacto da redução no consumo de carnes processadas, como hambúrgueres, nuggets e embutidos, os pesquisadores simularam diferentes cenários, variando desde uma pequena redução de 5% até a eliminação total do consumo. Os resultados foram surpreendentes.
No cenário onde o consumo de carnes processadas foi reduzido em 30%, a pesquisa mostrou uma redução considerável na incidência de diabetes tipo 2. Especificamente, estima-se que essa mudança poderia prevenir aproximadamente 53.000 novos casos da doença anualmente.
Além disso, o estudo também projetou uma queda significativa nas doenças cardíacas. A redução de 30% no consumo de carnes processadas poderia prevenir cerca de 34.000 novos casos dessas enfermidades por ano. O câncer de intestino, outra doença fortemente associada ao consumo de carnes processadas, também apresentaria uma redução notável. Estima-se que cerca de 17.000 novos casos poderiam ser evitados anualmente com essa mudança dietética.
Um incentivo a uma alimentação mais saudável
As carnes processadas são frequentemente ricas emgorduras saturadas, sódio e conservantes químicos, todos eles conhecidos por aumentar o risco de doenças crônicas.
Por exemplo, altos níveis de sódio estão associados ao aumento da pressão arterial, um fator de risco chave para doenças cardíacas. As gorduras saturadas, por sua vez, podem contribuir para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. Além disso, alguns aditivos usados nas carnes processadas, como os nitritos, foram ligados ao aumento do risco de câncer de intestino.
A pesquisa destaca a importância de uma alimentação equilibrada. Pequenas mudanças na dieta, como substituir carnes processadas por opções mais saudáveis, como carnes magras, peixes ou até mesmo opções vegetarianas, podem trazer grandes benefícios à saúde no longo prazo.
Os autores ressaltam que os resultados deste estudo são particularmente relevantes para os formuladores de políticas de saúde pública. Incentivar a população a reduzir o consumo de carnes processadas pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde pública e reduzir a carga de doenças crônicas e minimizar impactos ambientais ao planeta.