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Proprietário de farmácia deve prestar depoimento amanhã em MG

Por Da Redação
13 dez 2011, 16h30

Por Marcelo Portela

Belo Horizonte (AE) – A Polícia Civil mineira espera ouvir amanhã o depoimento de Henrique Luiz Portilho, proprietário da Fórmula Pharma, farmácia responsável pela manipulação do Secnidazol 500mg, suspeito de ter causado a morte de oito pessoas em Teófilo Otoni e outros municípios do Vale do Mucuri, na região nordeste de Minas Gerais. Uma das questões que a delegada Herta Coimbra, encarregada do inquérito, pretende esclarecer com o comerciante, que estaria fora da cidade, é como o medicamento foi distribuído à população.

Há suspeita de que o estabelecimento tenha fornecido o produto, indicado para o tratamento de verminoses, para ser revendido por outros estabelecimentos. Isso porque, das 180 cápsulas do Secnidazol 500mg manipuladas em 14 de novembro, 62 permanecem desaparecidas e teriam sido feitas sem prescrição.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Fórmula Pharma estaria produzindo medicamentos em larga escala, o que é proibido a farmácias de manipulação, e há suspeita de que o comerciante tenha usado nomes de pessoas já mortas para forjar a demanda.

Outra questão que a polícia e a SES tentam apurar é como o medicamento foi manipulado, pois há suspeita de contaminação com substâncias indicadas para outros tipos de tratamento. Para isso, segundo a assessoria da Polícia Civil, a delegada também pretende ouvir nos próximos dias técnicos e bioquímicos que trabalham na Fórmula Pharma, já interditada pela Vigilância Sanitária Estadual. Ela também estaria usando estabelecimentos de municípios vizinhos como revendas. Entre as oito vítimas, duas são de Teófilo Otoni, três de Novo Cruzeiro, uma de Itaipé e duas de Ladainha.

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Hoje, Herta Coimbra ouviu o depoimento de Marcelo Batista, que está internado no Hospital Santa Rosália, em Teófilo Otoni, desde 30 de novembro. O paciente confirmou que ele e a mulher, internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da mesma unidade, começaram a passar mal cerca de 20 minutos depois de tomarem quatro cápsulas do Secnidazol cada. Pelo relato, o casal começou a sentir tonturas, calafrios e sensação de desmaio. Eles procuraram o hospital e foram internados com suspeita de intoxicação medicamentosa. Batista também chegou a ser levado para a UTI, mas já apresentou melhora.

Para tentar confirmar a intoxicação, Herta Coimbra também deve pedir à Justiça e às famílias autorização para a exumação dos corpos de seis vítimas que também teriam ingerido o medicamento pouco antes de morrer. Entre os clientes da Fórmula Pharma que tomaram o Secnidazol 500mg, apenas os corpos de Adélia Lopes da Paixão, de 49 anos, morta na sexta-feira, 9, e de sua filha Letícia Lopes dos Santos, de 22 anos, que morreu no domingo, 11, foram submetidos a necropsia para coleta de material, encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte para a realização de exames toxicológicos.

Já a Fundação Ezequiel Dias (Funed), segundo a SES, deve concluir ainda esta semana a análise nas 50 cápsulas do Secnidazol 500mg apreendidas na sede da Fórmula Pharma, assim como em substâncias que teriam sido usadas na manipulação do medicamento. A principal suspeita é de que o medicamento foi contaminado com um anti-hipertensivo, devido aos sintomas apresentados pelas vítimas. A SES recomenda a todos os clientes da Fórmula Pharma que interrompam imediatamente o uso de qualquer medicamento manipulado pela farmácia.

Marcelo Portela

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