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Por que preferimos os vilões aos mocinhos?

Estudo da Universidade de Michigan investigou raciocínio de crianças e adultos sobre personagens com personalidade antissocial grave

Por Diego Alejandro
Atualizado em 4 jan 2023, 15h58 - Publicado em 4 jan 2023, 15h57

Darth Vader, Thanos e até Carminha são exemplos de incontáveis vilões que perpassam a popularidade do herói. Não importa quão egoísta, faminta por poder ou gananciosa seja a pessoa, muitos ainda são atraídos pelo seu lado sombrio – em parte porque existe a suspeita de que alguns podem ter uma qualidade redentora -. Um novo estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, explorou em profundidade o raciocínio das crianças sobre agentes com personalidade antissocial grave (vilões) e se esse entendimento muda com o desenvolvimento.

Pesquisas recentes já sugeriram que crianças – pelo menos as ocidentais favorecidas – são notavelmente lentas para reconhecer atos malignos e malfeitores. Elas exibem um viés de positividade que as predispõe a pensar bem das pessoas, mesmo diante de informações negativas.

Intitulado “O que faz Voldemort funcionar? O raciocínio de crianças e adultos sobre a natureza dos vilões”, o levantamento foi publicado na revista Cognition e liderado pela estudante de doutorado em psicologia Valerie Umscheid.

“Em outras palavras, as pessoas acreditam que há uma incompatibilidade entre os comportamentos externos de um vilão e seu eu interior, e essa é uma lacuna maior para os vilões do que para os heróis”, disse Valerie.

Ela e seus colegas conduziram três estudos com 434 crianças (de 4 a 12 anos) e 277 adultos para determinar como os indivíduos interpretam atos antissociais cometidos por malfeitores. A análise se concentrou nos julgamentos dos participantes de vilões e heróis, como Úrsula, de “A Pequena Sereia” (Disney), e Woody, de “Toy Story” (Pixar).

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O primeiro estudo estabeleceu que as crianças viam as ações e emoções dos vilões como extremamente negativas. Isso sugere que a tendência bem documentada das crianças de julgar as pessoas como boas não impede que elas apreciem formas extremas de vilania.

Já o segundo e terceiro avaliaram as crenças de crianças e adultos em relação ao caráter moral, usando uma série de evidências convergentes, incluindo como um personagem se sentia, se as ações de um personagem refletiam seu eu verdadeiro e se ele poderia mudar com o tempo.

Por meio dessas medidas, a pesquisa indicou que tanto as crianças quanto os adultos avaliaram consistentemente os vilões como sendo esmagadoramente maus e muito mais negativos do que os heróis. Ao mesmo tempo, os pesquisadores também detectaram uma assimetria nos julgamentos, em que os vilões eram mais propensos a serem diferentes do que seu comportamento externo.

Tanto crianças quanto adultos acreditavam que personagens como Úrsula tinham alguma bondade interior, apesar das ações más ou imorais em que se envolvem regularmente, de acordo com Valerie.

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