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Por dentro da genética do coronavírus

Rede coordenada pelo Instituto Butantan acompanha e decifra mutações do vírus que causa a Covid-19

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
4 dez 2021, 16h52

Se a ômicron se espalhar por São Paulo, sua evolução será acompanhada pela rede de laboratórios, encabeçada pelo Instituto Butantan, que monitora desde junho deste ano a disseminação das variantes em todas as regiões do estado. Até o momento, três casos foram confirmados em São Paulo (no total, são seis no Brasil, sendo mais dois em Brasília e um no Rio Grande do Sul) e não há registros de transmissão comunitária da mutação, classificada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E, se mais mutações surgirem, é com a vigilância genômica que elas serão detectadas cada vez mais rápido.

A técnica é utilizada pelo instituto e seis laboratórios públicos e privados. Durante a pandemia, ela se tornou importante para aprofundar as análises em amostras de casos positivos e destrinchar as mudanças que o SARS-CoV-2 foi sofrendo ao longo dos últimos dois anos.

Grupos brasileiros e de outras partes do mundo passaram a compartilham os mapeamentos e, assim, foi possível entender as variantes em circulação e preparar testes computacionais para detectá-las.

Os boletins epidemiológicos da Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 têm como ponto de consulta o banco de dados Gisaid, criado em 2008 com foco no monitoramento do Influenza, vírus responsável pela gripe. Desde o surgimento do coronavírus causador da Covid-19, a plataforma tornou-se também referência para a visualização em tempo real da movimentação do vírus.

“A vigilância permite perceber qual variante está circulando e, a partir daí, determinar as ações de saúde adequadas”, explica Maria Carolina Sabbaga, vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico e co-coordenadora da Rede de Vigilância Genômica do Instituto Butantan. “Comparamos os sequenciamentos genéticos que fazemos aos que estão depositados no Gisaid, onde estão sequências de materiais genéticos de todas as variantes. Já temos o sequenciamento da ômicron. Nossa rede está preparada”, diz.

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De acordo com o último boletim do mês de novembro, há 39 variantes circulando pelo estado e a Delta (e suas mutações) é predominante. Maria Carolina acredita que apesar das dificuldades no Brasil, o método continuará evoluindo e será instrumento vital a ser usado em situações futuras.”Esta pandemia virou uma chave no mundo. A vigilância genômica veio para ficar”, afirma.

O Butantan é responsável por 44% dos dados de sequenciamento coletados no Brasil. No fim do mês passado, a entidade iniciou um projeto para testar adultos assintomáticos em sete pontos na capital paulista. Na iniciativa, que será encerrada em 17 de dezembro, os casos positivos serão sequenciados para checagem das variantes em circulação.

Os pesquisadores esperam enviar os resultados dos testes às pessoas pelo celular em até 24 horas. Em caso positivo, o indivíduo deve ficar em isolamento. A meta é testar entre 2,5 mil e 4,5 mil pessoas para saber qual a proporção de positivos. Esta é uma parte importante para entender o que está acontecendo. “Temos que conhecer o inimigo”, afirma Maria Clara.

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