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Pesquisa encontra metais tóxicos em batons nos EUA

Uso intenso dos produtos pode provocar ingestão acima do recomendado de metais como alumínio, manganês e cromo

Por Da Redação
7 Maio 2013, 09h06

Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, analisou 32 batons e brilhos labiais (gloss) comumente encontrados no país e descobriu que a maior parte deles contém metais que podem ser tóxicos à saúde, como chumbo, cádmio, cromo e alumínio. O estudo foi publicado na última quinta-feira no periódico Environmental Health Perspectives.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Concentrations and Potential Health Risks of Metals in Lip Products

Onde foi divulgada: periódico Cell Reports

Quem fez: Sa Liu, S. Katharine Hammond e Ann Rojas-Cheatham

Instituição: Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA

Dados de amostragem: 8 batons e 24 brilhos labiais vendidos nos EUA

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Resultado: 24 dos 32 produtos apresentavam chumbo, mas em concentração pequena, de modo que tanto o uso normal quanto o intenso não provocou uma ingestão diária do metal acima do recomendado. Para o uso intenso, a quantidade de produtos que excedeu o consumo diário recomendado do alumínio foi de 3%. Além disso, 22% dos produtos geraram uma exposição elevada ao manganês e 68%, ao cromo.

Os cosméticos labiais foram escolhidos para a análise porque apresentam maiores chances de serem ingeridos durante o uso. Os pesquisadores utilizaram a concentração desses metais nos cosméticos para estimar a quantidade que seria ingerida durante a utilização, de acordo com dois padrões de uso: normal e intenso.

Estima-se que o uso médio provoca a ingestão de 24 miligramas diárias desses produtos. No entanto, as mulheres que os reaplicam muitas vezes ao longo do dia podem consumir até 87 miligramas do produto por dia, caracterizando um uso intenso.

De acordo com Katharine Hammond, autora do estudo, os níveis desses metais nos cosméticos labiais frequentemente ultrapassam as doses diárias de ingestão aceitas pelas normas de saúde pública. Os nomes das marcas testadas não foram revelados na pesquisa, mas Katharine afirma que os resultados podem ser aplicados de forma genérica para todas as marcas. Foram testados oito batons e 24 glosses de sete empresas diferentes, que custam de 5,59 até 20 dólares.

Ingestão excessiva – A pesquisa mostra que 24 dos 32 produtos apresentavam chumbo, mas em concentração pequena, de modo que tanto o uso normal quanto o intenso não provocou uma ingestão diária do metal acima do recomendado. Para Katharine, essas concentrações não representam um problema, mas a maior preocupação é em relação a crianças que brincam com maquiagens e adultos que fazem uso muito intenso desses produtos.

Levando-se em consideração um uso médio, a ingestão diária de cromo, metal relacionado a tumores no estômago, excedeu os limites de ingestão diária em 10 dos produtos analisados. Manganês, titânio e alumínio foram encontrados em todos os produtos testados, sendo que titânio e alumínio tiveram as concentrações mais elevadas.

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Para o uso intenso, a quantidade de produtos que excedeu o consumo diário recomendado do alumínio foi de 3%. Além disso, 22% dos produtos geraram uma exposição elevada ao manganês e 68%, ao cromo.

Regulamentação – O Food and Drug Administration (FDA), agência sanitária dos Estados Unidos, não exige que os cosméticos sejam pré-aprovados antes da comercialização, mas regula algumas substâncias presentes nos cosméticos, como os corantes.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divide produtos de higiene e cosméticos em duas categorias. Os produtos classificados como grau I, caso dos batons e brilhos labiais, não precisam de uma aprovação prévia da agência. As empresas devem apenas notificar a Anvisa sobre a comercialização do produto. Já o grau dois, que precisa de registro, corresponde a produtos com indicações específicas, como bloqueadores solares ou batons infantis.

Existe, ainda, a regulamentação de corantes e conservantes presentes nos cosméticos. A concentração máxima de chumbo permitida, por exemplo, é de 20 partes por milhão (ppm). Já o cromo e o cádmio, por exemplo, não são permitidos, de acordo com as normas da Anvisa.

O estudo não encontrou relação entre as cores dos cosméticos e a quantidade de metais presentes, assim como não houve diferença entre gloss e batom. Para os autores, é preciso que as autoridades criem normais mais detalhadas sobre os níveis de metais em cosméticos.

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