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“Para o governo, a pandemia nunca foi uma emergência”

A opinião é do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime, criticando anúncio feito ontem por Queiroga

Por Cilene Pereira Atualizado em 13 jul 2022, 17h44 - Publicado em 18 abr 2022, 09h59

O anúncio do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, do fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) foi um ato retórico. Esta é a opinião do infectologista Alexandre Naime, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia. “Foi muito mais uma jogada de marketing para dar respostas a um público que quer ouvir que a pandemia acabou”, disse o especialista. “Mas a crise sanitária continua.”

De fato, o vírus continua em circulação e a única entidade que pode decretar o fim da pandemia é a Organização Mundial da Saúde (OMS). O que o ministro fez ontem foi atender principalmente ao desejo do presidente Jair Bolsonaro, em campanha para a reeleição, que vinha pressionando para que Queiroga fizesse um pronunciamento nessa linha.

Em seu discurso, Queiroga enfatizou a melhora do cenário epidemiológico da Covid-19 no Brasil como argumento para o anúncio. Porém, na opinião do médico Alexandre Naime, a evolução favorável se deve à atuação dos estados e não do governo federal. “Para o ministério e o executivo federal, nunca foi uma emergência sanitária”, afirmou o médico. “Eles atrasaram a compra das vacinas, faltaram testes, o monitoramento das variantes do coronavírus foi feito pelas instituições de pesquisa e não como estratégia de governo, eles sempre discursaram contra as medidas restritivas, negaram a gravidade da doença e minaram a confiança nas vacinas por meio de fake news”, criticou Naime.

Em vez de anunciar o fim do estado de emergência – e sem detalhar absolutamente nada a esse respeito -, seria melhor se o governo federal finalmente assumisse o papel de coordenação do enfrentamento da crise sanitária que permanece deixando o mundo em alerta, com a circulação do vírus e uma boa parcela da população mundial sem proteção vacinal.

No Brasil, seria muito bom que o Ministério da Saúde promovesse a ampliação das testagens, o monitoramento das cepas circulantes, investisse em campanhas de estímulo à vacinação, inclusive a infantil, contra a qual trabalhou abertamente em contrário, e em doses de reforços.

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