“Pandemia alimenta maior retrocesso em vacinações em 3 décadas”, diz OMS
Levantamento da entidade apontou que 25 milhões de crianças deixaram de receber imunizantes contra doenças que podem ser fatais
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que a pandemia de Covid-19 impactou a imunização de crianças contra outras doenças e “alimenta o maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas”, segundo divulgação da OMS. Os dados apontam que 25 milhões de pessoas na faixa pediátrica deixaram de receber doses contra doenças que salvam vidas no ano passado.
“O planejamento e o combate ao Covid-19 também devem andar de mãos dadas com a vacinação contra doenças mortais como sarampo, pneumonia e diarreia”, afirmou, em nota, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
A queda tem relação, de acordo com as entidades, com o número crescente de crianças em áreas de conflito, impactos da pandemia e interrupção de serviços de saúde durante o período. O problema é que a situação é acompanhada pelo aumento de episódios de desnutrição infantil, que leva ao enfraquecimento da imunidade e faz com que as crianças fiquem mais vulneráveis às infecções.
Segundo o balanço, o índice de crianças que receberam as três doses contra contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) caiu cinco pontos percentuais em 2021 em relação a 2019, atingindo 81%. A cobertura para sarampo também está em 81%, a mais baixa desde 2008.
“Este é um alerta vermelho para a saúde infantil. Estamos testemunhando a maior queda sustentada na imunização infantil em uma geração. As consequências serão medidas em vidas”, disse Catherine Russell, diretora executiva do Unicef.