Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Os fungos que elevam a mortalidade por Covid-19

Pesquisa aponta os agentes que colocam ainda mais em risco a vida dos infectados pelo coronavírus

Por André Julião
25 ago 2022, 14h52

Todos os dias inalamos milhares de esporos de fungos potencialmente patogênicos, mas nosso sistema imune simplesmente os elimina. Em pessoas que estão com a imunidade comprometida – como transplantados, pacientes em tratamento contra o câncer ou internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) –, porém, essa interação entre patógeno e hospedeiro pode ser bastante diferente.

Um exemplo são os casos de infecções fúngicas que emergiram durante a pandemia de COVID-19 e potencializaram a ação do SARS-CoV-2 no planeta. Entre os pacientes acometidos com a forma grave da COVID-19 e simultaneamente infectados pelo fungo Aspergillus fumigatus, a mortalidade chegou a 80%.

Um grupo internacional de pesquisadores realizou um apanhado da carga dessas coinfecções (coronavírus e fungos) no mundo durante a crise sanitária. O trabalho foi publicado na Nature Microbiology e traz alertas para essa e futuras pandemias.

A questão central dos fungos é que eles são um problema de saúde pública extremamente negligenciado, com poucas opções de tratamento. Atualmente, existem mais casos de mortes causadas por doenças fúngicas do que por malária e tuberculose juntas, por exemplo. “Não é surpreendente, portanto, que as doenças fúngicas tenham tirado vantagem de tantas pessoas internadas por conta da COVID-19”, afirma Gustavo Henrique Goldman, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e um dos coordenadores do estudo, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Continua após a publicidade

Além da aspergilose, doença causada por fungos do gênero Aspergillus, dois outros grupos causam infecções simultâneas à COVID-19. Os Mucorales são responsáveis pela mucormicose, ocorrida sobretudo na Índia e no Paquistão. As leveduras do gênero Candida, por sua vez, causam a candidíase e estão presentes em praticamente todo o planeta.

“A aspergilose associada à COVID-19 afeta em média 10% dos pacientes com insuficiência respiratória aguda admitidos em UTI. Portadores dessa coinfecção têm duas vezes mais chances de um desfecho fatal do que indivíduos apenas infectados pelo SARS-CoV-2”, informa à Agência FAPESP Martin Hönigl, professor da Universidade da Califórnia San Diego, em La Jolla, nos Estados Unidos, e da Universidade de Graz, na Áustria, primeiro autor do estudo.

Agência Fapesp

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.