OMS recomenda que homens que fazem sexo com homens reduzam parceiros
Orientação foi dada por diretor-geral da entidade diante da emergência global de monkeypox, conhecida como varíola dos macacos
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, recomendou nesta quarta-feira, que homens que fazem sexo com homens adotem medidas para reduzir o risco de infecção pela monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, tendo em vista a emergência de saúde pública global decretada pela entidade. Entre as orientações, está a diminuição no número de parceiros sexuais.
Até o momento, 18,8 mil casos da zoonose viral foram registrados desde maio em 78 países e cinco mortes foram relatadas à OMS. Segundo Ghebreyesus, aproximadamente 10% dos pacientes tiveram de ser hospitalizados para controlar a dor causada pela doença. Os levantamentos apontam que 98% das infecções foram notificadas entre homens que fazem sexo com homens e, por isso, o diretor-geral destacou a importância de proteger esta população e evitar a disseminação do vírus.
“Isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar detalhes de contato com novos parceiros para permitir o acompanhamento, se necessário”, declarou. Ele relembrou os problemas causados pelas fake news durante a pandemia em curso de Covid-19 e disse que é essencial não alimentar preconceitos contra a doença agora em emergência internacional. “Estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto.”
Monkeypox
Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu este nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.