Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

OMS culpa falta de restrições por aumento de casos de Covid-19 na Europa

Diretor regional diz que vários países, como a Alemanha e Reino Unido, suspenderam as restrições muito cedo e "brutalmente"

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 mar 2022, 15h20
  • Seguir materia Seguindo materia
  • “Vários países europeus suspenderam suas restrições ao coronavírus muito cedo”, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) e, como resultado, testemunham aumentos acentuados nas infecções por Covid-19, provavelmente ligadas à nova subvariante BA.2, altamente transmissível. “Países como Alemanha, França, Itália e Grã-Bretanha descontinuaram suas restrições brutalmente – de muito para muito pouco. Por isso, as infecções estão aumentando em 18 dos 53 países da região”, disse Hans Kluge, diretor da OMS na Europa, nesta terça-feira 23, durante entrevista na Moldávia.

    Publicidade

    Segundo ele, mais de 5,1 milhões de novos casos e 12.496 mortes foram relatadas na região nos últimos sete dias. “Os países onde particularmente percebemos um aumento são o Reino Unido, Irlanda, Grécia, Chipre, França, Itália e Alemanha”, afirmou, acrescentando que, mesmo assim, permanece “otimista, mas vigilante” sobre o progresso da pandemia na Europa.

    Publicidade

    Especialistas em saúde, no entanto, disseram que esse aumento no continente se deve a uma série de fatores, incluindo a imunidade reduzida oferecida pelas vacinas ao longo do tempo, a taxa de transmissão relativamente alta da ômicron e sua subvariante BA.2 e o relaxamento de restrições, como o uso de máscaras e passaportes de vacina em lugares fechados. Os dados da OMS mostram que o número de novos casos de Covid-19 na Europa caiu acentuadamente em relação ao pico no final de janeiro, mas voltou a subir desde o início de março. Em alguns países, os números de infecções estão atingindo novos recordes.

    No último sábado, a Alemanha registrou uma média móvel de 2.619 novos casos diários por milhão, em sete dias – o maior desde o início da pandemia, há mais de dois anos. “A situação é muito pior do que o clima”, alertou o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    A Áustria reimpôs, na semana passada, o uso de máscaras em ambientes fechados a partir de quarta-feira, com sua média de sete dias em um recorde de 4.985 por milhão. O ministro da Saúde do país, Johannes Rauch, admitiu que aliviou a maioria das restrições muito cedo, em 5 de março. “Não é esperado um declínio nos números atuais até depois das próximas semanas”, disse, lamentando que “a situação tensa” provavelmente dure “muito mais do que o esperado anteriormente”.

    Os controles na França – incluindo a exigência de usar máscaras na maioria dos ambientes internos e o passaporte vacinal para acessar cafés, cinemas e restaurantes – foram suspensos no início da semana passada, mas sua média diária por milhão subiu de 774 para 1.331, em sete dias.  As autoridades francesas disseram, porém, que a situação nos hospitais do país era administrável. “Nos últimos dias, o número de pessoas hospitalizadas parou de cair”, reconheceu o ministro da Saúde da França, Olivier Véran. “Mas é esperado ver o número de novas infecções continuar a aumentar até o final de março, antes de cair novamente em abril”.

    Publicidade

    Véran disse ainda que até agora não foram observados “sinais alarmantes” nas enfermarias de terapia intensiva na França. “O maior risco é para pessoas com comorbidades e aquelas que não foram totalmente vacinadas”, afirmou. “Aconselhamos fortemente que continuem usando máscaras e recebam a dose de reforço o mais rápido possível”.

    Continua após a publicidade

    Também na semana passada, a Itália anunciou a suspensão da apresentação do passaporte da vacina e do teste negativo para entrar em espaços públicos fechados a partir de 1º de maio, com locais ao ar livre isentos após 1º de abril e descontinuação do uso de máscaras em ambientes internos a partir de 30 de abril. A média de sete dias para novos casos no país, no entanto, quase dobrou desde o início do mês, atingindo 1.156 por milhão de habitantes. O número equivalente no Reino Unido é ainda mais dramático: de 398 no final de fevereiro para 1.189 neste fim de semana.

    Publicidade

    Apesar do aumento de novas infecções, Kluge disse que a Europa está uma posição relativamente boa para lidar com o vírus. “Há uma parcela muito grande de pessoas imunes graças à vacinação ou à própria infecção”, disse ele, ressaltando que com o final do inverno europeu, as pessoas ficarão menos propensas a se reunir em lugares pequenos e lotados. “Além disso, sabe-se que a ômicron e sua subvariante causam sintomas mais leves em pessoas totalmente vacinadas e que receberam uma dose de reforço”, acrescentou, embora tenha alertado que em países com baixa taxa de vacinação, “ainda é uma doença que mata”.

    Por fim, Kluge afirmou que o mundo teria que conviver com a Covid-19 por um bom tempo. “Mas isso não significa que não possamos nos livrar da pandemia”. Para isso, ele ressaltou a importância dos países em proteger as pessoas vulneráveis, fortalecer a vigilância e o sequenciamento do vírus e garantir que todos tenham acesso às vacinas e aos novos medicamentos antivirais.

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.