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Obesidade: tratamento clínico é mais eficaz que cirurgia

Um novo estudo mostrou que mesmo os obesos mórbidos podem emagrecer apenas com tratamentos clínicos

Por Giulia Vidale
9 dez 2015, 15h27

Um tratamento clínico intensivo e multidisciplinar, formado por endocrinologista, nutricionista, psicoterapeuta e personal trainer, pode evitar 90% das cirurgias bariátricas, mesmo em pacientes com obesidade mórbida. É o que diz um estudo publicado e apresentado recentemente no Obesity Week, maior congresso de obesidade do mundo, realizado em Los Angeles, Estados Unidos.

No estudo, 43 pacientes com indicação para fazer a cirurgia bariátrica optaram por tentar o tratamento clínico ao longo de, em média, 17 meses. Destes, 93% (40 pacientes) conseguiram evitar a cirurgia bariátrica.

“Os resultados deste estudo mostraram que uma intervenção clínica multidisciplinar realizada ao longo de quase dois anos pode ser uma excelente alternativa à cirurgia bariátrica”, disse o endocrinologista Flávio Cadegiani, da Clínica Corpometria e autor do estudo.

Outros estudos, apresentados no mesmo congresso, mostraram que o tratamento clínico traz outros benefícios, como a cura de síndrome metabólica causada pela obesidade. Ao longo do tratamento, os participantes perderam, em média, 61,3% de gordura visceral (localizada por trás dos órgãos que a rodeiam a parede abdominal), 46,4% de gordura corporal, 25,7% do peso – equivalente a 60% do excesso de peso que deveriam perder para chegar ao ideal – e 23,1cm de circunferência abdominal. Apenas 9,2% da perda de peso corresponderam à perda de músculo.

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De acordo com Cadegiani, a cirurgia bariátrica traz inúmeros benefícios, mas está sendo banalizada. “Não sou contra a cirurgia bariátrica e reconheço os inúmeros benefícios resultantes do procedimento. Hoje, porém, percebemos que muitos casos poderiam ser evitados e falharam porque os pacientes não tiveram um tratamento clínico adequado”, explica o especialista.

As indicações para o procedimento cirúrgico são: pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 40 ou acima de 35 com comorbidades, que não tenham respondido a um tratamento composto por dieta, atividade física e medicamentos ao longo de dois anos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, em 2014 foram realizadas aproximadamente 88 mil cirurgias bariátricas no Brasil, contra 80 mil em 2013 e 72 mil em 2012. Média de crescimento de 10% ao ano. As cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tiveram crescimento ainda mais expressivo. Entre 2010 e 2014 aumentaram 43,7%, passando de 4,9 mil para 7 mil procedimentos, segundo o Ministério da Saúde.

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Obesidade – A obesidade é uma doença crônica, inflamatória e grave e a que mais causa doenças no mundo, cerca de 200. As alterações metabólicas provocadas pelo excesso de peso podem levar ao desenvolvimento de múltiplas doenças cardiovasculares, neoplásicas e demenciais. De acordo com um levantamento conduzido em 2013 pelo IBGE, houve um aumento significativo na obesidade no Brasil: 17,5% dos homens estavam obesos em 2013, contra 9,3% em 2002. Para as mulheres o índice passou de 14% em 2002 para 25,2%

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