Quando o assunto é alimentação, existe duas formas de escolher: pelo palatabilidade ou pela qualidade nutricional. O primeiro valoriza, em geral, o sabor do alimento; o segundo, é a opção de quem está mais preocupado em manter-se saudável. Essa dualidade costuma ser a norma vigente na escolha da dieta: se é gostoso engorda, se é saudável emagrece.
Por causa disso, especialistas em saúde tentam acrescentar alimentos é mais adequado a uma dieta mais saudável apontando suas qualidades nutricionais. No entanto, estudos indicam que na alimentação a quantidade de nutrientes é fatores secundário em comparação com o sabor. Ou seja, é o gosto que determina a escolha do alimento. Isso significa que para induzir uma mudança alimentar o foco deve ser maior na palatabilidade. Essa percepção vale tanto para adultos quanto para crianças.
Na infância
Sabor
Pesquisa realizada com crianças, por exemplo, descobriu que a palavra ‘saudável’ é geralmente associada a ‘gosto ruim’. Percepção que, muitas vezes, permanece na vida adulta. No experimento, os pesquisadores separaram as crianças em três grupos: no primeiro, elas foram informadas acerca de como cookies poderiam fazê-las crescerem fortes e saudáveis; no segundo, elas ficaram sabendo que os cookies eram gostosos; e no terceiro, não foi dada qualquer informação sobre os cookies.
Ao final da observação, a equipe notou que o grupo que mais comeu cookies foi o segundo, onde o alimento foi “vendido” pelo sabor. O mesmo aconteceu quando cenouras foram oferecidas no lugar dos cookies. Esses resultados confirmam que até mesmo frutas e legumes podem ser atrativos para os pequenos se o foco estiver no gosto.
No caso do adulto, apostar em refeições mais saudáveis que consigam manter-se atraente ao paladar é a melhor forma de combinar nutrientes e sabor.
Aceitação
Outro estudo descobriu que crianças estão mais inclinadas a comer um alimento quando as pessoas a sua volta estão comendo a mesma coisa. Isso significa que para convencê-la de que o brócolis, por exemplo, deve fazer parte da refeição, não basta dizer que é saudável (gostoso é mais eficiente), é preciso mostrar na prática que ele é bom. Portanto, os pais devem comer as verduras e legumes junto com as crianças.
Repetição
Essas táticas também é importante na hora de introduzir novos alimentos no dia a dia do bebê. Muitos pais fazem a primeira oferta e ao receberem um negação decidem tentar de novo outro dia. Entretanto, estudos apontam que, nestes casos, a alta exposição é a chave para o sucesso. Isso significa ao adicionar a cenoura na refeição do pequeno, por exemplo, ela deve fazer parte das refeições por vários dias seguidos, sem interrupções.
Pesquisadores descobriram que bebês expostos ao mesmo alimento durante 14 dias tendem a aceitá-lo na dieta. Para crianças mais velhas, o tempo de exposição é menor: oito dias. Outra forma de convencer a criança a ingerir alimentos diferentes é misturá-lo com sabores conhecidos e bem aceitos.
O adulto costuma ser mais receptivo a novos sabores, mas isso não significa que seja mais fácil adicionar alimentos mais saudáveis à dieta apenas pela novidade. Assim, além de investir na palatabilidade, é necessário comê-lo com frequência – pensando também na mistura de sabores.
Primeiro passo
Alimentos menos saudáveis costumam atrair pelo gosto e por isso podem sair vencedores em comparação com versões mais saudáveis. No mercado de bebidas, por exemplo, refrigerantes e sucos industrializados, costumam ser as preferências tanto do adulto quanto da criança. Mas existem opções disponíveis no mercado que conseguem combinar os dois extremos. A marca 4U, da Danone, por exemplo, oferece algumas opções de chá e sucos gaseificados sem corante ou conservante e cujo açúcar provém do suco da fruta.
Para quem deseja fazer uma mudança na dieta, o primeiro passo pode começar pequeno: bebidas industrializadas. Agora que você já sabe que o saudável também pode ser saboroso, é hora de tentar.