Desde o início de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou a observação de novas sublinhagens da variante de preocupação ômicron, responsável pelos casos de Covid-19 no mundo. Uma delas, a BQ.1, tem sido apontada como causadora de uma nova onda de infecções pelo novo coronavírus nos Estados Unidos e na Europa e já circula no Brasil. Nos últimos dias, foi detectada nos estados do Rio de Janeiro, Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A BQ.1 e suas sublinhagens, como a BQ.1.1, são descendentes da também sublinhagem BA.5 – todas pertencentes à variante ômicron -. Elas são resultado de mutações no vírus que não chegam a causar grandes modificações no material genético, de modo que continuam parecidas com a linhagem (ou variante) das quais fazem parte. É por isso que, em relatório, a OMS informou que seu Grupo Consultivo Técnico sobre a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 acredita que, neste momento, não é necessário designar novas variantes de interesse a partir dela.
Isso porque ainda não há dados sobre a gravidade e a capacidade de escapar da proteção das vacinas da sublinhagem BQ.1. Mesmo assim, a OMS alertou que a ela tem demonstrado “uma vantagem de crescimento significativa sobre outras sublinhagens ômicron circulantes em muitos locais, incluindo Europa e Estados Unidos” e que “merece monitoramento rigoroso”. A entidade sugere que a possibilidade de reinfecção pelo novo coronavírus seja investigada.
É visível o poder de alastramento nos números divulgados pela OMS. No final de outubro, a prevalência é da nova sublinhagem era de 6% e ela tinha sido detectada em 65 países. Em atualização divulgada nesta quarta-feira, 9, a entidade apontou que a BQ.1 passou de 9,4% para 13,4% em uma semana epidemiológica e há uma tendência de substituição global de sublinhagens até então dominantes, como outras descendentes da BA.5.
Nos Estados Unidos, de acordo com balanço do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) divulgado na última sexta-feira, 4, as sublinhagens BQ.1 e BQ.1.1 representavam 35,3% das infecções pelo novo coronavírus no país.
No Brasil, os casos da doença estão aumentando. Os resultados positivos de testes de Covid-19 saltaram de 3,7% para 23,1% na comparação entre a primeira semana de outubro e a primeira semana deste mês, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).
Por este motivo, a orientação dada por especialistas é manter o esquema de imunização contra a Covid-19 atualizado e com quatro doses da vacina para a população com mais de 18 anos, utilizar máscara em locais fechados, preferir ambientes ao ar livre, evitar aglomerações e, ao apresentar sintomas gripais, fazer um teste. Caso a Covid-19 seja confirmada, é fundamental evitar o contato com outras pessoas por sete dias após o início de sintomas. O prazo deve ser estendido para dez dias se febre e sintomas respiratórios persistirem.