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O que a Covid-19 tem a ver com a depressão?

Segundo a OMS, a infecção pelo SARS-CoV-2 teve um impacto terrível na saúde mental, com um aumento de mais de 25% de casos de ansiedade e depressão no mundo

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 nov 2022, 14h50

Assim como os casos de Covid-19 aumentam no mundo, por conta das novas subvariantes, os efeitos colaterais também não dão trégua. E uma das principais condições que aparecem depois da doença é a depressão. Segundo o jornal The New York Times, o risco de desenvolver sintomas depressivos permanece alto até um ano após a recuperação da infecção pelo coronavírus.

Muitos estudos já foram feitos para provar a conexão entre a Covid-19 e a saúde mental. Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostra que a infecção pelo SARS-CoV-2 teve um impacto terrível na saúde mental, com um aumento de mais de 25% de casos de ansiedade e depressão em todo o mundo. Baseado em uma revisão abrangente de um grande número de estudos, o documento mostrou também que, só em 2020, ano do início da pandemia, o mundo registrou um aumento de 27,6% nos casos de transtornos depressivos e 25,6% nos casos de transtornos de ansiedade.

“É avassalador”, afirmou Ziyad Al-Aly, epidemiologista clínico da Universidade de Washington em St. Louis e chefe de pesquisa e desenvolvimento do Veterans Affairs St. Louis Health Care System, nos Estados Unidos, ao The New York Times. “Há algo sobre o coronavírus que realmente afeta o cérebro”, completou. O médico disse ainda que algumas pessoas têm depressão, enquanto algumas podem ter derrames, ansiedade, distúrbios de memória e distúrbios sensoriais.

De fato, mais de um terço dos pacientes desenvolvem sintomas neurológicos. Stephanie Collier, instrutora de psiquiatria da Harvard Medical School, explicou que, além da infecção em si, outros fatores como o isolamento, a solidão, o desemprego e estressores financeiros também ajudam a agravar esses problemas mentais. Meghan Hosye, psicóloga de reabilitação que trabalha com pacientes do Hospital Johns Hopkins, concorda. “Os pacientes que sofreram sintomas graves de Covid-19 e tiveram que ficar em um hospital durante a doença, aumentaram as chances de depressão”.

Segundo a OMS, mulheres e meninas foram mais afetadas do que os homens, e os mais jovens, entre 20 e 24 anos, foram mais afetados do que os adultos mais velhos. “A prescrição de antidepressivos aumentou, a violência entre parceiros íntimos aumentou e os pensamentos suicidas estão aumentando, especialmente em adultos jovens”, conta Stephanie.

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O estudo também evidenciou que as pessoas que vivem com transtornos mentais tinham um risco aumentado de doenças graves e morte pela Covid.  Além disso, os pacientes que experimentam extensa interrupção do sono, isolamento social ou uma mudança significativa no comportamento podem ter maior probabilidade de enfrentar a depressão após os sintomas físicos da infecção pelo coronavírus desaparecerem.

Sinais

“Se você se mantém para baixo durante dias ou semanas após a recuperação inicial, é um sinal de depressão”, afirma Meghan. De acordo com a psicóloga, a exaustão ou a sensação de estar sobrecarregado, que leva a interferir nas atividades do dia-a-dia ou afetar negativamente os relacionamentos com os outros, também podem ser sinais de depressão. Sem contar sintomas como choro, irritabilidade, alterações no apetite ou no peso, dificuldade para pensar ou se concentrar, e sentimentos de tristeza, imensa culpa, inutilidade ou desesperança. Nos casos mais graves, as pessoas também podem desenvolver sentimentos suicidas.

O que fazer?

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A psicóloga aconselha a, primeiramente, buscar ajuda de um profissional. “A recuperação da depressão é um processo muito individual”, diz Meghan, que acrescenta. “Muitos se recuperam após um breve tratamento, mas podem ter recaídas”. Segundo ela, ter uma boa dieta e sono adequado também são passos importantes para resolver problemas de saúde mental. E algumas pesquisas sugerem ainda que o exercício e a meditação podem ajudar a curar a mente.

 

 

 

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