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O melhor remédio para refrear as doenças cardiovasculares, segundo estudo

Relatório aponta urgência de ações de prevenção para conter essas condições que, atualmente, são as que mais matam no mundo

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 dez 2023, 18h03 - Publicado em 11 dez 2023, 18h00

A cada ano, milhões de vidas são perdidas prematuramente por doenças cardiovasculares (DCV). Um problema global e grave de saúde pública que precisa urgentemente de estratégias e ações dos países para não só tratar como, principalmente, prevenir. Essa é a conclusão do novo estudo “Carga Global de Doenças (GBD)”, publicado nesta segunda-feira 11, no Journal of the American College of Cardiology.

Além de estimativas de saúde sobre a carga das doenças cardiovasculares, globais, nacionais e regionais, entre os anos 1990 e 2022, o relatório analisa o impacto dessas condições e fatores de risco em 21 regiões do mundo. Os resultados são preocupantes. Tanto que as DCVs continuam sendo a principal causa de morte global, com a doença cardíaca isquêmica (ou arterial coronariana, quando se formam placas gordurosas nas artérias, que diminuem o fluxo de sangue que passa pelo coração) no topo da lista, representando 108,8 mortes por 100.000 pessoas, seguida pela hemorragia intracerebral e o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi).

Segundo o trabalho, a contagem global de mortes por doenças cardiovasculares aumentou de 12,4 milhões em 1990 para 19,8 milhões em 2022, refletindo o crescimento e o envelhecimento da população global e as contribuições de riscos metabólicos, ambientais e comportamentais evitáveis. Por isso, a insistência na prevenção.

“As doenças cardiovasculares são um desafio persistente que leva a um enorme número de mortes prematuras e evitáveis”, diz o médico Gregory A. Roth, autor sênior do artigo, professor associado da Divisão de Cardiologia e diretor do Programa de Doenças Cardiovasculares e Métricas de Saúde da Universidade de Washington. “Existem muitos tratamentos baratos e eficazes. Sabemos quais fatores de risco precisamos identificar e tratar. Existem escolhas simples e saudáveis que as pessoas podem fazer para melhorar sua saúde. Este atlas fornece informações detalhadas sobre a posição dos países nos seus esforços para prevenir e tratar doenças cardiovasculares”, explicou.

Atenção para pressão e colesterol

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A hipertensão arterial, o colesterol alto, os riscos alimentares e a poluição atmosférica são as principais causas das doenças cardiovasculares. E, de acordo com o novo relatório, a pressão arterial sistólica elevada também foi responsável pelo maior fator de incapacidade por DCV – 2.564,9 por 100.000 pessoas, em todo o mundo. Os riscos alimentares foram apontados pelo mesmo motivo, enquanto a poluição liderou entre os riscos ambientais.

Por região, a Europa Oriental teve a maior mortalidade total por DCV, com 553 mortes por 100.000 pessoas. A Ásia Central, a Europa Oriental, o Norte da África e o Oriente Médio registaram a maior taxa de mortalidade atribuída à pressão arterial sistólica elevada, assim como para as condições relacionadas à alimentação, exceto a Europa. Ou seja, embora as taxas de doenças cardiovasculares sejam elevadas a nível mundial, estima-se que as regiões da Ásia, Europa, África e Oriente Médio tenham um fardo maior de mortalidade por DCV.

“Identificar formas sustentáveis de trabalhar com as comunidades para tomar medidas para prevenir e controlar fatores de risco modificáveis para doenças cardíacas é essencial para reduzir a carga global de doenças cardíacas”, afirmou o médico George Mensah, diretor do Centro para Pesquisa de Tradução e Ciência de Implementação no National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI).

Prevenção, o melhor remédio

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O estudo reflete claramente a enorme urgência de os países estabelecerem estratégias de saúde pública destinadas a prevenir doenças cardiovasculares, sublinhando a ação global necessária para disseminar informação e implementar programas de saúde, especialmente em países de difícil acesso.

O artigo aborda especificamente 18 condições cardiovasculares e fornece estimativas para 15 principais fatores de risco para doenças cardiovasculares: ambientais (poluição do ar, exposição ao chumbo, baixa temperatura, alta temperatura), metabólicos (pressão arterial sistólica, LDL – chamado colesterol ruim, índice de massa corporal, glicemia de jejum ou diabetes, disfunção renal) e comportamentais (dieta, tabagismo, fumo passivo, uso de álcool, atividade física).

“Formamos a Colaboração Global Burden of Cardiovascular Diseases há três anos para ajudar a trazer pesquisas de ponta para a vanguarda da comunidade cardiovascular global”, disse Valentin Fuster, presidente da Mount Sinai Fuster Heart Hospital, médico-chefe do Hospital Mount Sinai, editor-chefe do JACC e um dos autores do relátório. “Estamos entusiasmados em publicar este trabalho de 2023 como uma edição dedicada a informar a realidade do risco de DCV e inspirar estratégias para um mundo saudável para o coração.”

Fundada em 2020, a Global Burden of Cardiovascular Diseases Collaboration é uma colaboração entre os Journals of the American College of Cardiology, o Institute for Health Metrics and Evaluation, da Universidade de Washington, e o National Heart, Lung, and Blood Institute para atualizar o GBD 2022, trazendo novos dados e os recentes avanços de prevenção, além de elencar os principais fatores de risco cardiovascular modificáveis no mundo e suas contribuições para a carga dessas doenças.

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