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Mortes por doença cardiovascular ligada à obesidade triplicam em 21 anos

Estudo da Associação Americana do Coração analisou 281.135 óbitos de pessoas com excesso de peso entre 1999 e 2020; população negra é mais impactada

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 set 2023, 20h01

A relação entre o excesso de peso e o aparecimento ou agravamento das doenças cardiovasculares está bem estabelecida na literatura médica, mas um novo estudo trouxe dados alarmantes sobre o mais grave desfecho da combinação desses quadros: em pouco mais de duas décadas, as mortes por doenças cardiovasculares relacionadas à obesidade triplicaram. O levantamento é da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), que publicou estudo com dados de 281.135 óbitos de americanos com excesso de peso ocorridos no período de 1999 e 2020.

Os pesquisadores constataram que as mortes por condições como doença cardíaca isquêmica, insuficiência cardíaca, doenças hipertensivas e cerebrovasculares relacionadas com obesidade saltaram de 2,2 por 100 mil habitantes em 1999 para 6,6 por 100 mil habitantes em 2020.

“Nosso estudo é o primeiro a demonstrar que esta carga crescente de obesidade está se traduzindo em aumento de mortes por doenças cardíacas”, disse, em nota, a autora do estudo Zahra Raisi-Estabragh, cardiologista e professora clínica no William Harvey Research Institute, em Londres,

A situação é mais grave para a população negra, grupo mais afetado por vulnerabilidades socioeconômicas, que interferem no acesso à saúde. Entre homens negros, as taxas foram mais elevadas dos que os demais grupos raciais, com índice de 6,7 mortes por 100 mil habitantes.

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Embora tenha como recorte a população americana, o levantamento pode ser considerado um alerta para a população global, tendo em vista o aumento dos registros de obesidade não só no país, mas no mundo. A estimativa da Federação Mundial de Obesidade é de que um em cada quatro adultos viverá com obesidade até 2035 – o equivalente a quase 2 bilhões de pessoas. A obesidade é caracterizada por Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30.

“Nos Estados Unidos, mais de 40% da população já têm o diagnóstico de obesidade e, aqui no Brasil, nós temos em torno de 21%. Um dos pontos observado pelo estudo foi que que a mortalidade por doenças cardiovasculares, ajustada por idade, relacionada à obesidade foi mais importante em alguns grupos raciais, o que mostra também que há uma disparidade desta relação”, analisa Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Segundo ele, esse olhar ajuda a compreender a relevância da obesidade como uma doença crônica e como ela pode impactar em outras condições. “É importante que a gente tenha, então, políticas públicas voltadas para esta prevenção e para atenção a estas questões.”

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